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porto velho, domingo 25 de maio de 2025
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que não pretende se candidatar a presidente em 2026.
A informação foi confirmada pela assessoria de Bolsonaro e por interlocutores do governador paulista. A declaração ocorreu no encontro que eles tiveram a sós após a crise pelo apoio de Tarcísio à reforma tributária.
No encontro, o governador paulista também manifestou incômodo com as acusações da base bolsonarista de que ele é traidor de Bolsonaro. Ele teria relatado a Bolsonaro que quando era ministro do governo nunca foi um radical nem entrou em polêmicas e que não compreende porque agora parte dos bolsonaristas exigem isso dele.
A avaliação no entorno de ambos é que eles se acertaram na reunião, mas permanece um incômodo no Palácio dos Bandeirantes a partir da leitura de que a base bolsonarista continuou criticando Tarcísio nesta semana.
Havia uma expectativa de que com a sinalização direta a Bolsonaro de que ele não será candidato em 2026 os ataques diminuíssem, o que não ocorreu.
O estranhamento preocupa, pois um racha pode impactar diretamente na agenda do governo e favorecer a oposição a ele, em especial na Assembleia Legislativa. Tanto que, nesta semana, pelo menos três ex-ministros de Bolsonaro se encontraram com ele: Ciro Nogueira, Fabio Faria e Bruno Bianco.
Aliados de Bolsonaro, no entanto, afirmam não acreditar que Bianco e Faria estejam mediando uma interlocução entre ambos, pois sequer encontraram o ex-presidente após as eleições.
O governador paulista passou a semana em reuniões fechadas com sua equipe fazendo balanço dos seis meses de gestão. Uma das áreas consideradas problemáticas é a relação com a Assembleia Legislativa.
Tarcísio enfrenta dificuldades justamente com deputados bolsonaristas incomodados com o que consideram um afastamento dele do padrinho político, Jair Bolsonaro. Além disso, o partido União Brasil pressiona por mais espaços no governo.
Fontes do Palácio dos Bandeirantes avaliam que no retorno do recesso parlamentar em agosto será o momento para o Secretário de Governo e Relações Institucionais Gilberto Kassab para mostrar serviço e tentar estabilizar a base e evitar que projetos prioritários que ainda serão encaminhados, como a reforma administrativa, sejam aprovados sem sobressaltos.