Veja como votaram deputados de Rondônia no projeto que flexibiliza regras ambientais
Os Deputados Federais de RO, que participaram da votação, decidiram de forma unânime pela aprovação do projeto que flexibiliza o licenciamento de obras com risco ambiental...
Por g1 RO
Publicada em: 17/07/2025 14:54:56 - Atualizado
Alguns dos Deputados Federais de Rondônia que votaram na última quarta-feira (16) — Foto: Reprodução
BRASIL/RONDÔNIA - A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (16) o projeto que cria a Lei Geral do Licenciamento Ambiental, conhecido por ambientalistas como o “PL da Devastação”. O texto — que tramitava há mais de duas décadas no Congresso — foi aprovado por 267 votos favoráveis, 116 contrários. Entre a bancada de Rondônia, os que participaram da votação optaram por aprovar o texto.
A nova lei muda completamente o processo de obtenção de licenças ambientais no Brasil. Segundo seus defensores, como a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o objetivo é desburocratizar e acelerar obras consideradas estratégicas.
De todos os deputados federais da bancada do estado de Rondônia que participaram da votação, a decisão foi unânime. (veja abaixo como cada parlamentar votou).
Coronel Chrisóstomo (PL) – Votou pela aprovação do projeto.
Dr Fernando Máximo (União-RO) – Votou pela aprovação do projeto.
Lucio Mosquini (MDB-RO) – Ausente.
Silvia Cristina (PP-RO) – Votou pela aprovação do projeto.
Cristiane Lopes (União) – Votou pela aprovação do projeto.
Maurício Carvalho (União) – Votou pela aprovação do projeto.
Lebrão (União) – Votou pela aprovação do projeto.
Thiago Flores (Republican-RO) – Votou pela aprovação do projeto.
Quais são as novas regras?
A nova legislação traz mudanças profundas em sete eixos principais:
Criação de Licença Ambiental Especial (LAE): autoriza obras classificadas como “estratégicas” pelo governo, mesmo que tenham alto potencial de degradação. A aprovação será acelerada: o prazo máximo para emissão é de 12 meses, com validade de cinco a dez anos
Dispensa de licenciamento: o texto elimina a necessidade de licença para a ampliação de estradas, atividades agropecuárias, tratamento de água e esgoto, e pequenas barragens de irrigação. Apenas aterros sanitários seguem exigindo permissão ambiental
Renovação automática: permite que licenças ambientais sejam renovadas automaticamente por meio de autodeclaração, desde que não haja mudanças na atividade ou nas regras
Autodeclaração nacionalizada: o empreendedor pode declarar pela internet que cumpre requisitos, sem análise prévia do órgão ambiental. O modelo já usado em alguns estados agora valerá para todo o país, inclusive para empreendimentos de médio porte com potencial poluidor
Enfraquecimento do Ibama e do Conama: o projeto retira poderes desses órgãos federais, transferindo a responsabilidade do licenciamento para estados e municípios. Também anula partes da Lei da Mata Atlântica, facilitando o desmatamento de florestas primárias e secundárias
Desproteção de comunidades tradicionais: terras indígenas e territórios quilombolas não homologados deixam de ser consideradas áreas protegidas para efeitos de licenciamento. Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), a mudança afeta cerca de 18 milhões de hectares, o equivalente ao território do Paraná
Risco a sítios arqueológicos: o projeto restringe a atuação do Iphan, que só poderá se manifestar se houver bens históricos já identificados no local. A Sociedade de Arqueologia Brasileira alerta que isso pode causar perdas irreversíveis
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Mas entidades como o Observatório do Clima e o próprio Ministério do Meio Ambiente alertam para riscos à segurança ambiental, aumento da impunidade e desproteção de comunidades tradicionais.
Agora o texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode vetar trechos da proposta.