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porto velho, terça-feira 29 de julho de 2025
PORTO VELHO-RO: A política de Rondônia começa a dar sinais de movimentação silenciosa, mas intensa, nos bastidores do poder com vistas a eleição de governador.
Fontes próximas ao núcleo do governo indicam que o atual governador Marcos Rocha estaria avaliando a possibilidade de renunciar ao cargo antes do fim do mandato para disputar uma cadeira no Senado da República em 2026, como prescreve a Lei Eleitoral.
Caso esse cenário se confirme, o vice-governador Sérgio Gonçalves assumiria o comando do Executivo e, com a caneta na mão, poderia se tornar um nome competitivo para a sucessão estadual.
A hipótese, que até pouco tempo soava remota, agora ganha corpo com as últimas investidas contra Gonçalves. O vice tem sido alvo de ataques sistemáticos, não apenas de adversários declarados, mas também de setores antes considerados aliados. Para analistas políticos, essa repentina onda de hostilidade é, paradoxalmente, sinal de que ele incomoda.
Na política, é regra antiga: só se ataca quem tem chances reais. E Gonçalves, apesar de ainda não ter o protagonismo da cadeira principal, acumula atributos que o colocam em posição estratégica. É jovem, tem boa formação, conhece os bastidores da administração pública e, segundo interlocutores, domina os indicadores econômicos e sociais do estado como poucos.
Além disso, carrega um trunfo de dar prosseguimento as entregas feitas por Marcos Rocha, com promessa de avanço em áreas como infraestrutura, segurança pública e digitalização de serviços.
A movimentação de Rocha rumo ao Senado, como ele decida, abriria não apenas espaço para Sérgio Gonçalves consolidar-se como governador, mas também embaralharia o tabuleiro político local. Partidos da base aliada já começam a discutir internamente como reagir a essa possível transição. Alguns veem com simpatia, outros com desconfiança, temendo que Gonçalves imprima estilo próprio e se afaste de compromissos antigos.
Fato é que, se assumir o governo e mantiver bons índices de aprovação, o atual vice pode se tornar um nome difícil de ser batido em 2026.
Por ora, Marcos Rocha mantém o silêncio, como é de seu feitio. Mas nos corredores do poder, o burburinho cresce: a transição pode não ser apenas uma possibilidade — pode já estar em andamento e o principal, como todos esperam, com a paz selada.