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porto velho, sexta-feira 1 de agosto de 2025
PORTO VELHO - RO - A batalha pelo Palácio Rio Madeira em 2026 já tem dois protagonistas confirmados — e ambos com raízes fincadas em Porto Velho. De um lado, o ex-prefeito Hildon Chaves-PSDB, gestor por dois mandatos consecutivos com alta aprovação popular.
Do outro, o deputado federal Fernando Máximo-União, médico, ex-secretário de Saúde e campeão de votos em 2022. A disputa entre os dois, embora ainda nos bastidores, já se anuncia como uma guerra silenciosa — e o campo de batalha inicial será, sem dúvida, a capital rondoniense.
Porto Velho não é apenas a cidade de origem dos dois pré-candidatos. É, sobretudo, o maior colégio eleitoral do estado, responsável por definir rumos e desempatar eleições. Em 2022, Fernando Máximo conquistou impressionantes 45 mil dos seus 65 mil votos apenas na capital — uma demonstração de força e popularidade que chamou a atenção da classe política.
Já Hildon Chaves, que deixou a prefeitura com uma imagem de gestor técnico e austero, aposta no legado de oito anos de obras, equilíbrio fiscal e reorganização da máquina pública para manter sua base viva e ativa.
Ambos sabem que vencer em Porto Velho é mais do que simbólico: é estratégico. É a âncora para qualquer campanha competitiva. Por isso, os dois já trabalham com cautela nos bastidores, reativando redes, garantindo fidelidade de antigos aliados e mapeando lideranças locais.
Máximo aparece com o apoio declarado de Léo Moraes, figura política de peso na capital e com acesso à juventude e setores populares.
Já Hildon tem no currículo a gestão municipal mais longa da capital nos últimos tempos e tenta reposicionar sua imagem como alguém preparado para comandar o estado com a mesma mão firme com que conduziu a prefeitura.
No entanto, nenhum dos dois pode ignorar a matemática eleitoral. Porto Velho, embora central, não é suficiente para levar ninguém ao Governo de Rondônia. É por isso que a equação exige equilíbrio: ambos precisarão buscar, fora da capital, apoios robustos e um vice com força no interior — sobretudo em regiões como o Cone Sul, Zona da Mata e Vale do Guaporé, onde a densidade eleitoral e o peso político regional são decisivos.
A disputa entre Hildon e Máximo carrega nuances que vão além dos números. Representam também perfis diferentes de liderança. Hildon, mais reservado, gestor de perfil técnico e liberal.
Máximo, comunicador nato, religioso, com forte apelo popular e trânsito entre lideranças evangélicas e conservadoras, mas enfrenta uma enorme pedra no caminho um inquérito que responde por suspeita de superfaturamento em insumos da covid-19, fato que certamente será explorado pelo adversário. Além de não ter um partido para chamar de 'seu', fato que já o deixou fora de disputa pretérita à prefeitura de Porto Velho
O embate, por isso, deverá extrapolar o território da capital e se espalhar por toda Rondônia como um divisor de águas entre dois modelos de governar.
Nos próximos meses, o eleitorado verá surgir alianças improváveis, movimentações intensas e uma disputa palmo a palmo por cada voto na capital. Porto Velho será o termômetro da eleição. Quem dominar a capital, larga com vantagem na corrida pelo governo.
Uma coisa é certa: o xadrez político está armado, e os primeiros movimentos já começaram.