Fundado em 11/10/2001
porto velho, sexta-feira 8 de agosto de 2025
PORTO VELHO-RO: A representação de Rondônia no Congresso Nacional está quase integralmente envolvida nas articulações que pedem o afastamento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Apenas o senador Confúcio Moura (MDB), alinhado ao governo federal, permanece distante desse movimento, mantendo silêncio sobre os recentes embates institucionais.
Os senadores Marcos Rogério (PL) e Jaime Bagattoli (PL) estão entre os mais ativos na ofensiva liderada por parlamentares da oposição, que reivindicam, além do impeachment de Moraes, o fim do foro privilegiado e a anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. Ambos integram o núcleo que assumiu protagonismo nas decisões da Mesa Diretora do Senado e pressionam para que suas pautas sejam apreciadas com urgência.
A mobilização ganhou novo fôlego após sete senadores aderirem à proposta de impeachment, somando agora 41 signatários — número suficiente para exigir que o tema entre em pauta. O grande obstáculo, no entanto, continua sendo o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), que já sinalizou que não pretende pautar o pedido, mesmo diante da maioria.
Tanto Marcos Rogério quanto Bagattoli têm feito discursos incisivos no plenário, denunciando o que classificam como abuso de autoridade e ruptura institucional. A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada por Moraes, foi considerada a gota d’água por esses parlamentares, que acusam o magistrado de agir motivado por interesses políticos, em afronta à Constituição.
Na Câmara dos Deputados, o clima é semelhante. A bancada rondoniense apoia de forma unânime os movimentos pela anistia e pelo impeachment. O deputado Coronel Chrisóstomo (PL), mesmo em recuperação de uma delicada cirurgia cardíaca, deixou o repouso médico para integrar os atos e articulações em Brasília, demonstrando engajamento total. Os demais deputados do estado também manifestaram apoio à pauta, direta ou indiretamente.
Jaime Bagattoli, por sua vez, tem se destacado entre os parlamentares mais duros contra Alexandre de Moraes, denunciando publicamente o que chama de perseguição política e censura. Marcos Rogério também publicou nota de repúdio à prisão de Bolsonaro, reforçando que a democracia está sob ameaça.
Apesar de já ter sido alvo de sanções internacionais — como as impostas pelos Estados Unidos através da Lei Magnitsky —, Moraes segue implacável em suas decisões, que vêm atingindo em cheio lideranças conservadoras e figuras da direita brasileira. A reação do Congresso, especialmente entre os parlamentares de Rondônia, mostra que a tensão entre poderes só tende a aumentar.