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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
BRASIL - Descubra como os resultados deste problema impactam à uma sociedade Culpada por grande parte dos problemas e dificuldades enfrentadas dentro de uma sociedade, a corrupção é um fenômeno presente no mundo inteiro, independentemente do nível de desenvolvimento ou região. Entretanto, o modo como a sociedade lida com este problema é o que difere seus impactos em diferentes proporções.
De acordo com o levantamento realizado pela Transparência Internacional, o Brasil apresenta, atualmente, os índices mais altos de corrupção comparados aos últimos cinco anos. No entanto, o Brasil não está sozinho.
Neste ano, de 180 países investigados e pontuados de acordo com seus índices de corrupção, nenhum país alcançou os resultados adequados. Os países: Nova Zelândia, Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suíça, alcançaram de 85 a 89 pontos, e ocupam os primeiros lugares da lista. Já o Brasil, com 37 pontos, está posicionado no 96º lugar desse ranking, ao lado de outros países, como Colômbia, Peru, Indonésia, Timor-Leste e Panamá. Apesar de constante, não é de hoje que esse fenômeno é tão comum, visto que há registros de corrupção desde as primeiras civilizações. Contudo, mesmo com tanto tempo de existência, esse problema crônico ainda é a causa de muitas consequências negativas e está longe de ter uma solução eficaz e permanente.
Resultados e prejuízos A corrupção está sempre se renovando e se reinventando, afirmam os especialistas. Esta situação constante, que é enfrentada pelas sociedades desde a época colonial até os dias de hoje, tem trazido diversos problemas para o bem-estar dos cidadãos brasileiros.
O impacto causado pela corrupção afeta diretamente à diversas áreas essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade. As consequências relacionadas à carência de infraestrutura provocadas pela corrupção são facilmente constatadas pelos brasileiros, que em sua maioria, convivem com as condições precárias encontradas nas áreas de saúde, educação e segurança. Além de promover uma alta insatisfação por parte do povo, a falta de investimentos decorrente da corrupção contribui ativamente de maneira direta para o aumento da desigualdade social.
Este mau gerenciamento do poder público torna a distribuição da verba pública cada vez mais direcionada para uma pequena parcela da população, ou seja, a grande maioria é a principal prejudicada pelo desvio de verba pública.
Com tantos problemas resultantes da corrupção, a economia também não sai ilesa. O crescimento econômico é extremamente comprometido e desacelerado. E por consequência disso, prejudicando ainda mais o país e afastando os investidores externos do Brasil.
Além disso, a grande quantidade de executivos e empresários que optam por morar em outros países, por conta das condições enfrentadas, acaba prejudicando ainda mais a recuperação da economia. Só nos últimos sete anos, o número de brasileiros que deixaram o país em busca de condições melhores cresceu 165%.
Consequentemente, o número de desempregados aumenta e a situação econômica inclina-se a piorar cada vez mais. Além do impacto atual que estes problemas causam, o cenário tende a se agravar muito mais a longo prazo, devido às consequências que serão decorrentes da situação que é vivida atualmente.
Apesar desse assunto provocar diferentes opiniões entre as pessoas, a baixa expectativa de uma melhora é comum entre a maioria. Insatisfação popular O mundo é constantemente bombardeado por escândalos políticos divulgados na mídia. Levando em consideração que, comprovadamente, nem todos os políticos se corrompem durante sua atividade, o acesso a tanta informação negativa sobre uma grande parte desta classe já é o suficiente para provocar frustrações e gerar uma insatisfação popular dentro de uma sociedade. Sendo assim, o desprezo e a descrença por quem está no poder se eleva drasticamente e abre espaço para cada vez mais manifestações políticas.
Por consequência da falta de confiança nos políticos e insatisfação popular, pouco antes da eleição presidencial deste ano, a pesquisa CNI-Ibope apontou que 59% dos brasileiros ainda não sabiam em quem votar ou iriam anular os votos. Comparado às últimas cinco eleições, este percentual nunca esteve tão alto. Uma pesquisa do ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria, mostrou que 44% das pessoas entrevistadas manifestaram pessimismo em relação às eleições, 23% não se sentiam otimistas nem pessimistas, enquanto apenas 20% revelaram seu resistente otimismo e 13% não souberam ou preferiram não responder.
O mal da impunidade também representa uma grande contribuição para o agravamento deste problema.
De acordo com especialistas, apesar de que muitos chefes de Estado já estiveram atrás das grades, políticos corruptos estão imunes a prisão. Isso se deve ao fato de que existem ainda inúmeros casos que não são investigados, isso sem falar no foro privilegiado, que por sua vez, dá aos políticos brasileiros o direito de não serem submetidos a julgamentos em primeira instância. Em um cenário com tantas informações e baixas expectativas políticas, a vulnerabilidade para problemas como a viralização de notícias falsas, popularmente conhecidas como “Fake News”, desempenha a função de potencializar todo o problema e gerar ainda mais complicações, como vem acontecendo nos últimos tempos.