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porto velho, sexta-feira 29 de novembro de 2024
BRASÍLIA DF - O presidente da mineradora Vale, Fábio Schvartsman, está sendo ouvido pela Câmara nesta quinta-feira (14), em uma Audiência Pública sobre a tragédia de Brumadinho (MG). Em sessão tensa em um dos auditórios da Casa, um deputado chegou a dizer que o dirigente dava respostas com a "cara lavada" e deveria ser preso depois das centenas de mortes e feridos em decorrência do rompimento de uma das barragens sob responsabilidade da mineradora no município.
Outros seis nomes, incluindo o diretor-geral da Associação Nacional de Mineração (ANM), Victor Bicca, devem comparecer ao encontro, organizado pela comissão externa da Casa que acompanha os desdobramentos e investigações sobre o rompimento da barragem de rejeitos de minério da Vale.
Assista depoimento ao vivo:
A tragédia ocorreu no dia 25 de janeiro e deixou 166 mortos confirmados e 155 desaparecidos até a última quarta-feira (14). Até a noite da última quarta (13), Schvartsman ainda não havia respondido ao convite (nenhuma das pessoas chamadas é obrigada a depor), mas confirmou presença na manhã desta quinta.
Além dos dirigentes da Vale e da ANM, a audiência pretende ouvir nesta quinta o secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais, Germano Vieira; o presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas, Renato Brandão; a coordenadora de emergências ambientais do Ibama, Fernanda Inojosa, o defensor público federal e Minas, Antônio de Maia e Pádua, e o chefe do Ministério Público mineiro, Antônio Tonet.
Senado
Ainda na última quarta, a comissão do Senado também aprovou um requerimento para ouvir Schvartsman. Enquanto a comissão da Câmara e foi criada especialmente para tratar da tragédia de Brumadinho, o pedido do Senado foi aprovado em uma comissão permanente, que confirmou o senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL) como novo presidente.
Além destes dois trabalhos, o Congresso ainda poderá ter duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) sobre Brumadinho. Tanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) quanto o do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), já autorizaram a criação dos trabalhos.
A comissão externa da Câmara, porém, ainda tenta negociar com os parlamentares para que haja uma única Comissão Mista (CPMI). "[Defendemos a CPMI] para ser mais eficaz e já ter uma convergência no relatório final. Nós temos convicção que é muito mais efetivo que dois trabalhos nas casas diferentes. O Brasil precisa ter racionalidade de recursos", afirma o deputado Zé Silva (SD-MG), coordenador da Comissão Externa de Brumadinho.