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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
RONDÔNIA - Responsável pela prisão de mais de duzentos empreiteiros, doleiros, traficantes, diretores de estatais e agentes públicos, a força tarefa que integra a operação Lava Jato irá passar por uma prova de fogo em 2018, dependendo do resultado das urnas, as investigações podem ganhar mais intensidade ou serem travadas.
O fato é que as inúmeras escutas telefônicas, delações premiadas, documentação, entre outras provas coletadas ao longo desses últimos quatro anos apontam um grande numero de congressistas, que enxergam na reeleição a única forma de se verem distante da Lava Jato e dos juízes de Curitiba, gerando um eterno ciclo de impunidade.
Caso saiam vitoriosos, os congressistas denunciados retornarão com força política e sepultarão de vez a operação de investigação que mais recuperou divisas roubadas da nação. Senadores, Deputados Federais e Ministros da República, estão entre os apontados de participarem de esquemas que mobilizaram mais de R$ 51 bilhões de reais do Estado.
Porém, se a resposta na urna for uma reprovação aos nomes apontados pela Lava Jato, a operação ganhará musculatura e continuará seu trabalho de limpeza dentro dos órgãos públicos brasileiros. Propostas como o projeto do Abuso de Autoridade, já mostraram que os congressistas podem se mobilizar para criar leis que barrem as investigações.
Para evitar esse cenário é necessário que os representantes públicos tenham compromisso declarado com o andamento da operação Lava Jato, situação incomoda para a maioria, que se não é investigada, tem amigos no meio. No estado de Rondônia, um ex-chefe de inteligência da Polícia Federal e liderança do sindicato da PF na região conhecido como Bosco da Federal, poderá ser uma das vozes que defenderá a Lava Jato no pleito 2018.
Ex-vereador da capital, Porto Velho, Bosco tem exercido um papel atuante na defesa de sua categoria em Rondônia e atualmente luta contra as medidas políticas que visam conter o serviço da Polícia Federal.
Bosco da Federal está na mira do PODEMOS, legenda comandada por Álvaro Dias, senador pelo estado do Paraná e publico defensor da Lava Jato. O projeto é levar Bosco para o Senado, já que o estado de Rondônia vem sofrendo com seguidas denuncias envolvendo seus congressistas, justamente em decorrência da operação Lava Jato.
Sobre sua candidatura Bosco da Federal ainda não se manifestou, mas vem conversando com lideranças políticas e jurídicas do estado, observando e analisando a situação atual da política local.
O momento é único e o eleitorado rondoniense poderá sair da condição de representantes políticos investigados para a posição de investigador, se tornando um estado importante no processo de reformulação do sistema político nacional. Resta saber como será a resposta da comunidade.