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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
Porto Velho, RO – O deputado Hermínio Coelho, do PDT, vê a greve dos educadores no Estado de Rondônia como o último suspiro de uma categoria maltratada e completamente humilhada pelo governo administrado por Confúcio Moura (MDB).
No entendimento do parlamentar, a Mesa Estadual de Negociação Permanente (MENP) serve apenas para dar uma roupagem ilusória de portas abertas aos servidores, mas que, na prática, todos os seus participantes estão predispostos a dizer não às propostas de negociação sempre com a desculpa das impossibilidades diante dos limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
"Isso só não ocorre quando o governo sai em disparada e age rápido para aumentar os salários dos procuradores e dos próprios secretários de Estado. Aí não existem reuniãos com a MENP e muito menos desculpas esfarrapadas usando a LRF como impeditivo. Na Administração Pública só engordam os bolsos ocupantes de cargos políticos, transitórios. Enquanto isso o servidor concursado, que dá a vida por Rondônia independentemente do governador que esteja ocupando a função, tem de implorar e mendigar para ser valorizado", disse o parlamentar pedetista.
O deputado informou, ainda, que quando o governo tem interesse em cobrir "rombos" de gestão e maquiar dados administrativos, faz até "brotar" recursos.
Um exemplo ocorreu no final do ano passado quando o pedetista descobriu que o Estado retirou dinheiro de fundos especiais do Executivo até então intocados para suprir um déficit orçamentário avaliado em R$ 180 milhões deixado pelo secretário de Saúde Williames Pimentel (MDB).
Pimentel foi muito além das despesas presumidas devidamente inscritas na Lei Orçamentária Anual (LOA) e, junto com o governador, deveria responder diante dos conselheiros do Tribunal de Contas (TCE/RO) e perante o Poder Judiciário (TJ/RO), conforme ressaltado em dezembro de 2017 por Hermínio.
"E 'estourou' o orçamento em R$ 180 milhões sem apresentar absolutamente nada em contrapartida. Os servidores da Saúde continuam mal remunerados, sem direito sequer à correção da inflação. Na prática, basta olhar a situação do Pronto Socorro João Paulo II onde os pacientes são amontoados do lado de fora das instalações ou jogados na garagem como se fossem lixo. Outras unidades hospitalares do Estado também continuam na penúria, sem medicamentos, atendimento decente. Essas situações inexplicáveis ocorrem todos os dias e não há quem questione. Isso tem de acabar", bradou.
"Os professores, por outro lado, também estão desolados e os alunos desesperados, implorando por aula. É uma situação desumana e inaceitável. O governo Confúcio sempre dá um jeito para melhorar a vida dos seus colaboradores. Não podemos aceitar essa conversa fiada de que não é possível melhorar a situação dos educadores, porque é. Basta querer!", pontuou.
Sobre a suposta frase atribuída ao secretário-chefe da Casa Civil Emerson Castro dando conta de que o professor precisa trabalhar por amor, não por salário, o membro do Legislativo destacou:
"Seria só mais um entre incontáveis absurdos propagados pelo governo. Então não importa se é verdade ou não. Importa é que o Estado se porta como se realmente esperasse que o educador saísse de casa exclusivamente por motivos passionais. Não tenho dúvidas de que o pensamento é exatamente esse levando em conta todas as tentativas frustradas de negociação. Essa greve é a pá de cal de uma administração fracassada e negligente que só serve aos seus próprios interesses", concluiu.