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porto velho, domingo 29 de junho de 2025
Os economistas Armínio Fraga (foto), Edmar Bacha e Pedro Malan escreveram uma carta ao futuro presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, criticando falas recentes do petista sobre a responsabilidade fiscal. Os especialistas, que fizeram parte dos idealizadores do Plano Real, declararam apoio a Lula durante a campanha presidencial.
Na carta, divulgada nesta quinta-feira (17/11) pelo jornal Folha de S.Paulo, Fraga, Bacha e Malan contestam a versão de Lula de que não é possível reduzir a desigualdade e a fome no país e, ao mesmo tempo, atender aos limites do teto de gastos ou de outras regras fiscais.
Na carta, divulgada nesta quinta-feira (17/11) pelo jornal Folha de S.Paulo, Fraga, Bacha e Malan contestam a versão de Lula de que não é possível reduzir a desigualdade e a fome no país e, ao mesmo tempo, atender aos limites do teto de gastos ou de outras regras fiscais.
Em menção ao discurso do futuro presidente durante a COP27, no Egito, os “arquitetos” do Real alertam para a possibilidade de a postura de Lula criar problemas que dificultem no enfrentamento dos problemas sociais.
“Quando o governo perde o seu crédito, a economia se arrebenta. Quando isso acontece, quem perde mais? Os pobres”, defenderam, na carta.
O texto traz para o mundo real as ligações não tão óbvias entre a importância de se construir um governo responsável e o bom andamento da economia. Fraga, Macha e Malan lembram que a queda da bolsa e a disparada do dólar não são fruto de uma atitude vingativa do mercado, ou de uma sanha especuladora dos investidores, e sim um sinal de alerta quanto às perspectivas para o país.
“A alta do dólar e a queda da Bolsa não são produto da ação de um grupo de especuladores mal-intencionados. A responsabilidade fiscal não é um obstáculo ao nobre anseio de responsabilidade social, para já ou o quanto antes. […] É preciso que se entenda que os juros, o dólar e a Bolsa são o produto das ações de todos na economia, dentro e fora do Brasil, sobretudo do próprio governo”, explicaram os economistas.