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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
MUNDO - O uso diário e prolongado de aspirina aumenta em 20% o risco de anemia em idosos com mais de 70 anos. Os dados são de um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Monash, da Austrália.
Os especialistas sugerem que o monitoramento regular da anemia seja considerado entre os idosos que usam o medicamento. A pesquisa acompanhou mais de 18 mil indivíduos inicialmente saudáveis da Austrália e dos Estados Unidos, registrando incidentes de anemia em uma média de 4,7 anos.
Os participantes avaliados fazem parte de um ensaio controlado chamado Aspree, que avalia o impacto da aspirina na redução de problemas de saúde entre idosos. Enquanto metade dos participantes recebeu uma dose baixa diária de 100 mg de aspirina, a outra parte dos voluntários recebeu placebo, uma substância sem efeitos ao organismo.
A análise revelou que o risco de desenvolver anemia foi 20% maior no grupo da aspirina em comparação com o grupo que tomou placebo. Os resultados foram publicados no periódico científico Annals of Internal Medicine.
A anemia é causa a redução da concentração de hemoglobina, proteína responsável por transportar o oxigênio pelo sangue. O problema de saúde pode ser causado por deficiências de vários nutrientes, como ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas.
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas são cansaço generalizado, falta de apetite, palidez e menor disposição. A anemia é comum entre idosos, afetando potencialmente o estado de saúde e aumentando a fadiga, incapacidades, sintomas depressivos e problemas cognitivos.
O estudo apontou que além de um maior risco de anemia, os exames de sangue revelaram um declínio mais rápido da hemoglobina e níveis reduzidos de ferritina – uma proteína que transporta ferro, no grupo que recebeu aspirina em comparação com o grupo que não tomou o medicamento.
Embora o sangramento seja um efeito colateral conhecido da aspirina, poucos estudos anteriores analisaram o efeito do uso prolongado de aspirina no desenvolvimento progressivo de anemia em idosos, de acordo com a autora principal, Zoe McQuilten, professora associada da Escola de Saúde Pública e Medicina Preventiva da Universidade Monash.
“Este estudo fornece uma imagem mais clara do risco adicional de se tornar anêmico com o uso de aspirina e o impacto provavelmente será maior em idosos com doenças subjacentes, como doença renal”, disse a professora em comunicado.
Novos dados deram aos médicos informações sobre o risco de anemia devido ao uso prolongado de aspirina por seus pacientes idosos.
“Os idosos têm maior probabilidade de se tornarem anêmicos em geral e agora os médicos podem potencialmente identificar pacientes com maior risco de desenvolver anemia”, disse ela.
A especialista recomenda que os pacientes sigam as orientações médicas sobre o uso diário de aspirina. Ela alertou que, para alguns idosos, a aspirina é recomendada como uma terapia útil para prevenir ataques cardíacos ou derrames recorrentes.
“Os pacientes não devem mudar seu regime de aspirina sem falar com seu médico de família”, disse Zoe.