Fundado em 11/10/2001
porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
Os ácidos graxos ômega 3 são conhecidos como gorduras saudáveis, encontradas em peixes como o salmão, por exemplo. O organismo humano é capaz de produzir muitas das gorduras necessárias a ele, porém, isso não acontece com o ômega 3, que precisa se ingerido por meio da alimentação ou de suplementos.
O aumento do consumo da substância na dieta pode ser indicado para ajudar a lidar com uma série de condições como: colesterol elevado, depressão, inflamação, ansiedade, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, diabetes, artrite, infertilidade, doença inflamatória intestinal, doença de Alzheimer, degeneração macular e problemas de pele como psoríase e eczema.
O auxílio à perda de peso, a uma gravidez saudável, à recuperação atlética e o engrossamento das unhas e dos cabelos também já foram associados ao ômega 3.
Por outro lado, a deficiência de ômega 3, comum em países industrializados e em pessoas que consomem muitos alimentos processados e óleos hidrogenados ou seguem uma dieta vegetariana ou vegana, provoca problemas como memória fraca, pele seca, problemas no coração, alterações de humor, dor na articulação e doença autoimune.
Isso sem contar que uma pesquisa feita na Universidade de Harvard apontou a deficiência na substância oficialmente como uma das 10 principais causas de mortes nos Estados Unidos.
Não existe um valor diário recomendado para o consumo de ômega 3, porém, a taxa de ingestão adequada da substância para os homens é de 1,6 g por dia e para as mulheres é de 1,1 g diariamente. Estamos falando de gramas de ômega 3 de fato, principio ativo, e não das gramas de óleo que contém ômega 3.
Mas será que ultrapassar esse limite e ingerir, por meio da alimentação e/ou de suplementos, muito ômega 3 faz mal?
O óleo de peixe é uma forma concentrada de ômega 3, que já foi associada ao câncer por uma pesquisa no ano de 2013.
O estudo em questão foi publicado no Journal of the National Cancer Institute (Jornal do Instituto Nacional do Câncer, tradução livre) e mostrou que os homens que consumiram a maior quantidade de óleo de peixe tinham 71% a mais de chance de ter câncer de próstata de grau alto e um aumento de 43% nas chances de desenvolver todos os tipos de câncer de próstata, detalhou o site.
Vale registrar ainda que, segundo a publicação, a pesquisa foi realizada com 2.227 homens, dos quais 38% já tinham câncer de próstata.
O pesquisador do Centro Médico da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, Theodore Brasky considera um pouco perigoso os casos de homens que consomem mega doses de suplementos de óleo de peixe, ou seja, ele acredita que, em excesso, o ômega 3 faz mal.
A maioria dos médicos acredita que mais de 2 g diárias de ômega 3 seja uma mega dose, enquanto a Associação Americana do Coração entende que consumir até 3 g de óleo de peixe por dia é seguro, mas aconselha que os pacientes só devem tomar mais de 3 g de ômega 3 por meio de cápsulas se estiverem contando com o acompanhamento do médico.
Para o Dr. Axe, não se deve deixar de tomar o óleo de peixe por conta do estudo, porém, é necessário tomar cuidado com a dosagem diária do suplemento e a marca que o produz.
A página ainda alertou que a razão pela qual o óleo de peixe pode elevar as chances de um homem desenvolver o câncer de próstata é o desequilíbrio – o sistema imunológico não trabalha muito bem quando a dieta é excessiva em ômega 3 porque o organismo precisa tanto de ômega 3 quanto ômega 6.
Enquanto o ômega 3 suprime a inflamação, o ômega 6 promove a inflamação, o que, por mais estranho que pareça, auxilia o sistema natural de defesa do corpo no que se refere à ativação dos glóbulos brancos do sangue.
Os glóbulos brancos são importantes para o nosso organismo porque auxiliam a combater infecções atacando bactérias, vírus e germes que invadem o organismo.
Assim, entende-se que o consumo de muito ômega 3 pode enfraquecer o sistema imunológico e favorecer o aparecimento do câncer. É aconselhado tomar cuidado para não exagerar no consumo de qualquer tipo de suplemento, incluindo o de óleo de peixe.
Outro caso em que o ômega 3 faz mal em excesso é em relação ao sangramento, visto que doses elevadas da substância podem aumentar o risco de sangramento. Assim, pessoas que sofrem com distúrbios hemorrágicos, têm hematomas com facilidade ou tomam medicamentos diluidores do sangue devem ter cuidado ao utilizar suplementos de ômega 3.
No entanto, vale registrar que esse risco também atinge pessoas que não têm histórico de distúrbios hemorrágicos ou não fazem uso do remédio listado acima.
As pessoas diagnosticadas com a diabetes somente devem usar suplementos de óleo de peixe contando com a supervisão do médico, porque podem sofrem com a elevação dos níveis de açúcar no sangue em jejum quando utilizam o produto.
De acordo com a nutricionista holística e consultora em saúde, Maura Shekner, quando falamos da doença do fígado gorduroso, o ômega 3 pode até ser útil para o tratamento.
Segundo ela, um estudo do ano de 2009 publicado no Journal of the Federation of American Societies for Experimental Biology (Jornal da Federação das Sociedades Americanas para Biologia Experimental, tradução livre) identificou que o ômega 3 possui duas substâncias – chamadas de resolvinas e protectinas – que podem diminuir a inflamação no fígado gorduroso.
Obviamente, para quem foi diagnosticado com a doença, é fundamental consultar o médico antes de consumir mais ômega 3 para ajudar a condição e seguir todas as recomendações passadas pelo profissional em relação ao tratamento.
O mesmo serve para quem tem qualquer problema no fígado – cheque com o médico antes de tomar o suplemento de ômega 3 ou qualquer outro tipo de suplemento.
O óleo de peixe pode provocar efeitos colaterais como arroto, mau hálito, azia, náusea, fezes moles, erupção cutânea e hemorragia nasal. No entanto, tomar um suplemento de óleo de peixe de boa qualidade diminui a probabilidade de que essas reações sejam experimentadas.
Uma dose diária de 4 g de óleo de peixe pode causar reações como palpitação, perturbação ou dor estomacal, desconforto no peito e inchaço. É fundamental informar ao médico caso venha a sofrer com os efeitos colaterais do suplemento para saber a maneira mais segura de como proceder.
Em artigo publicado no blog de saúde do site da Universidade de Harvard, o médico Howard LeWine alertou que em maio de 2013 pesquisadores italianos relataram no New England Journal of Medicine(Jornal de Medicina da Nova Inglaterra, tradução livre) que os suplementos de ômega 3 não fizeram nada para reduzir problemas como ataque no coração, acidentes vascular cerebral (AVC) ou doenças por conta de doença no coração em pessoas que tinha fatores de risco para doença cardíaca.
Com isso, fica evidente a necessidade de sempre consultar o médico antes de decidir tomar o suplemento de ômega 3 para ter certeza de que ele é realmente bom para o seu caso.
Além disso, o médico também explicou que o consumo de doses mais altas de ômega 3 não significa que o organismo ganha uma proteção maior contra doenças. Ainda assim, LeWine finalizou seu artigo recomendando que os leitores considerem comer peixes e frutos do mar como parte de uma alimentação saudável.
Ele argumentou que não precisamos somente do ômega 3 presentes dos peixes, mas também de outras gorduras, vitaminas, minerais e moléculas que eles carregam, que não podem ser encontradas nos suplementos de ômega 3, que fornecem apenas a substância.
Outro conselho é conversar com o médico antes de tomar o suplemento com ômega 3, caso a pessoa tenha algum tipo de problema ou preocupação com a saúde ou esteja tomando algum remédio ou outro suplemento.
O mesmo pode ser levado para mulheres que estejam grávidas ou amamentando, idosos, crianças, adolescentes e quem tem algum tipo de doença diagnosticada. Porém, qualquer pessoa, mesmo adultos com a saúde perfeita, deve consultar o médico antes de tomar suplementos para saber a maneira mais segura de usar o produto.
Assim, o médico pode determinar, por exemplo, se o suplemento com ômega 3 faz mal ao interagir com outro medicamento ou suplemento que esteja sendo tomado e que o seu uso não é contraindicado e não trará problemas para a saúde.
É especialmente importante para quem sabe que tem alergia ao peixe ou a mariscos e moluscos conversar com o médico antes de utilizar o suplemento de óleo de peixe.
Não compre óleos de peixe que possui antioxidantes como a astaxantina em sua composição, que ajuda a evitar que ele fique rançoso (estragado).
É importante também fugir de produtos que tenham mercúrio ou outros contaminantes, preferindo marcas que claramente fazem testes para saber se os seus suplementos não estão infectados com essas substâncias.