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Pessoas assintomáticas podem ser a chave para os mistérios da Covid-19

Pesquisadores de todo o mundo estão buscando respostas para os mistérios da doença que ainda persistem...


CNN

Publicada em: 11/08/2020 17:24:11 - Atualizado

Enquanto profissionais de saúde trabalham para controlar o avanço do coronavírus, pesquisadores de todo o mundo estão buscando respostas para os mistérios da doença que ainda persistem.

Um deles: por que a experiência com o vírus pode ser tão diferente de pessoa para pessoa? Um especialista acredita que a resposta pode estar relacionada ao histórico de vacinas dos indivíduos.

“Quando analisamos o cenário da doença causada pelo coronavírus, descobrimos que as pessoas que receberam uma variedade de vacinas (para pneumococo, gripe, hepatite e outras) parecem ter um risco menor de contrair a doença”, disse o doutor Andrew Badley, especialista em doenças infecciosas da Clínica Mayo, em entrevista a Anderson Cooper, da CNN, na noite de segunda-feira (10).

Segundo o médico, é o que os imunologistas chamam de treinamento imunológico: a maneira como seu sistema imunológico cria uma resposta eficaz para combater infecções. “Uma boa analogia é pensar no sistema imunológico como um músculo: quanto mais você exercita esse músculo, mais forte ele será quando você precisar”.

Não houve evidência definitiva de quaisquer outras vacinas aumentando a imunidade contra a Covid-19. Mas alguns pesquisadores têm sugerido que isso é possível.

Em junho, uma equipe de cientistas nos EUA propôs dar uma dose de reforço da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (MMR, também chamada no Brasil SRC ou tríplice viral) às pessoas para ver se ela ajuda a prevenir os efeitos mais graves de infecções por coronavírus. No mês passado, pesquisadores descobriram que os países onde muitas pessoas receberam a vacina do bacilo Calmette–Guérin (BCG) contra tuberculose tiveram menos mortalidade por coronavírus, uma descoberta que se encaixa com outras pesquisas que sugerem que ela pode aumentar a imunidade das pessoas em geral.

Outra questão em estudo é que, uma vez infectado, a quantidade de vírus que entrou em seu corpo também pode ter um impacto em sua experiência, como informou outra especialista à CNN na segunda-feira.

A doutora Monica Gandhi, especialista em doenças infecciosas da Universidade da Califórnia, em San Francisco, tem trabalhado com um grupo de pesquisadores para entender como mais pessoas podem sofrer infecções com raros ou nenhum sintoma. De acordo com uma estimativa feita no mês passado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDCs) dos Estados Unidos, cerca de 40% das pessoas infectadas pelo coronavírus não têm sintomas.

A equipe da doutora Gandhi descobriu que a diferença pode estar no uso de máscaras. “Elas reduzem de fato a quantidade de vírus que entra no seu corpo se você for infectado”, explicou. “E com essa redução, recebendo uma carga menor, a pessoa consegue administrar a doença, ter uma resposta mais tranquila, com sintomas leves ou nenhum sintoma”.

Até agora, mais de cinco milhões de norte-americanos testaram positivo para o vírus e pelo menos 163.461 morreram.


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