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porto velho, terça-feira 13 de maio de 2025
LONDRES - Os médicos do Reino Unido emitiram um apelo urgente ao governo britânico para que a autoridade volte a impor algumas restrições contra a covid-19 devido ao aumento de infecções e hospitalizações no país.
Líderes de saúde alertaram que o Reino Unido corre o risco de "tropeçar em uma crise de inverno" se o governo não promulgar seu "Plano B", uma promessa feita no mês passado, quando a autoridade disse que iria impor medidas restritivas se os dados sugerissem que o Serviço Nacional de Saúde estivesse sofrendo uma "pressão insustentável", segundo divulgou a rede CNBC.
Funcionários da Confederação do NHS, que representa organizações em todo o setor de saúde do Reino Unido, divulgaram uma declaração pedindo ao governo "que introduza medidas, como coberturas faciais obrigatórias em espaços lotados e fechados para evitar que o NHS se transforme em oprimido no inverno".
Eles alertaram que o Serviço Nacional de Saúde "está observando aumentos preocupantes de casos de coronavírus em hospitais e na comunidade como um todo, em um momento em que se prepara para um período intenso de inverno, além de a equipe médica estar perto do esgotamento".
O Reino Unido está registrando, atualmente, entre 40 e 50 mil novos casos de covid-19 por dia e o número de hospitalizações e mortes está aumentando continuamente, conforme a CNBC, embora em um ritmo muito menor do que no início da pandemia, graças às vacinas.
As restrições contra a covid-19 na Inglaterra foram suspensas em 19 de julho, quando os pubs, restaurantes e casas noturnas reabriram. O uso de máscaras também se tornou, em grande parte, uma questão de escolha pessoal, com exceção de quem usa o transporte público.
O governo, sob o comando do primeiro-ministro Boris Johnson, já havia insistido que as restrições da covid-19 e potenciais bloqueios só voltariam como último recurso e que o país deveria "aprender a viver com o vírus".
Na quarta-feira, o secretário de negócios do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, reiterou essa posição, dizendo: "Eu absolutamente acho que seria completamente errado voltarmos para um bloqueio", disse ele à Times Radio.
Nova mutação
Para piorar a situação, os especialistas britânicos estão observando de perto uma nova mutação da variante delta.
Na sexta-feira passada, a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido emitiu um relatório no qual dizia que "uma sublinhagem delta, recentemente chamada de AY.4.2, e apelidada de nova variante "delta plus", está se expandindo na Inglaterra". A variante delta, altamente infecciosa, é a versão dominante do coronavírus em todo o mundo.
A nova descendente da variante delta foi identificada em um número crescente de casos de covid-19 no Reino Unido, com alguns sugerindo que pode ser outro fator possível no aumento do número de casos.
Autoridades de saúde do governo do Reino Unido, porém, disseram que é muito cedo para dizer se a mutação representa um risco maior para a saúde pública do que a variante delta, que por si só é significamente mais infecciosa do que a cepa original. Até então, o que se sabe é que a nova sublinhagem representa 6% dos casos de covid-19 no Reino Unido.
Sem restrições
O governo do Reino Unido descartou, na quarta-feira, a possibilidade de decretar um novo “lockdown” no país, apesar dos pedidos de especialistas em saúde para que medidas sejam adotadas para conter uma alta nos casos de covid-19.
Em entrevista à imprensa britânica, o ministro dos Negócios, Kwasi Kwarteng, afirmou que o governo está monitorando os dados da pandemia e destacou que, embora o nível de casos esteja alto, as hospitalizações e as mortes por covid-19 continuam baixas graças às altas taxas de vacinação contra o vírus.
Kwarteng também minimizou a necessidade de o governo adotar o chamado “Plano B”, que prevê, por exemplo, o retorno da exigência de máscaras e a implementação de um sistema de passaporte de vacinação. “Conversas sobre mais restrições às viagens, mais bloqueios são completamente inúteis”, disse ele à emissora Sky News.