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    porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024

Vírus da varíola do macaco é encontrado na saliva e no sêmen de infectados

Descoberta de pesquisadores espanhóis pode explicar velocidade na transmissão da doença, que já atinge quase 13.500 pessoas no mundo


R7

Publicada em: 19/07/2022 13:16:00 - Atualizado


BRASIL - O DNA do vírus da varíola do macaco pode ser detectado frequentemente em diferentes amostras de pessoas infectadas, como saliva e sêmen. Essa foi a conclusão de um estudo feito pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) publicado na última edição da Eurosurveillance, revista científica sobre vigilância, epidemiologia, prevenção e controle de doenças infecciosas.

A principal forma de transmissão da doença é por meio do contato com as lesões infectadas, mas esse estudo sugere que a propagação também pode acontecer por meio de fluidos sexuais e saliva, o que seria uma explicação para a velocidade no crescimento do número de casos no mundo.

De acordo com monitoramento em tempo real conduzido pela iniciativa Global.health, já há mais de 13.200 casos no mundo, sendo Espanha, Reino Unido e Alemanha os países com a maior concentração de casos.

A pesquisa foi feita com 147 amostras clínicas de diversas regiões, coletadas em 12 pacientes infectados com o monkeypox em diferentes momentos da infecção.

Foram detectadas altas cargas virais em todas as 12 amostras de saliva e de lesões de pele dos pacientes. O DNA foi encontrado também em 11 de 12 swabs – cotonetes estéreis usados para coletar amostras para exames – retais, 10 de 12 swabs nasofaríngeos, 7 de 9 de sêmen, 9 de 12 de urina e 8 de 12 de fezes.

"Alguns estudos anteriores já haviam mostrado a presença ocasional de DNA viral em algumas amostras e em alguns pacientes, mas aqui mostramos que o DNA viral está frequentemente presente em vários fluidos biológicos, particularmente na saliva, durante a fase aguda da doença e até 16 dias após o início dos sintomas em um paciente”, explicou Aida Peiró, pesquisadora do ISGlobal e primeira autora do estudo.

Os voluntários da pesquisa eram homens que fazem sexo com homens, com idade média de 38 anos. Quatro pacientes eram HIV positivos, mas com carga viral de HIV indetectável. Todos relataram atividade sexual com até dez parceiros no mês anterior.

Mesmo com a descoberta, os autores do estudo ressaltam que a presença do DNA do vírus em uma amostra não significa necessariamente que seja um agente infeccioso.

"Nossos resultados contribuem para uma melhor compreensão de um provável enigma de transmissão complexo e sublinham outras áreas imediatas de pesquisa, como a infectividade de fluidos corporais, a frequência de casos secundários e assintomáticos ou o impacto de fatores sociais e comportamentais que afetam a transmissão viral", afirmaram os pesquisadores na publicação.


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