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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
Brasil: Deixar de comer feijão está associado ao ganho de peso, de acordo com uma nova pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da UFMG revelou que pessoas que não consumiram feijão apresentaram 10% mais chances de desenvolver excesso de peso e 20% mais chances de chegar à obesidade. Por outro lado, o consumo regular de feijão, em cinco ou mais dias da semana, apresentou fator de proteção no desenvolvimento de excesso de peso (14%) e da obesidade (15%).
Para chegar aos resultados, os especialistas coletaram dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). As informações de mais de 500 mil adultos foram acompanhadas entre os anos de 2009 e 2019, por meio de entrevistas por telefone.
Para estabelecer as relações entre alimentação e saúde, os pesquisadores dividiram a frequência de consumo semanal de feijão em indicadores:
A análise mostrou que o consumo regular de feijão é o mais indicado para um bom estado nutricional.
Carioquinha, preto, branco, vermelho, verde, de corda: são diversas opções de feijão, que podem ser consumidas de maneiras e preparos diferentes, como feijoada, feijão tropeiro, tutu à mineira ou sopas e caldos.
O grão é rico em ferro, zinco, cálcio e potássio, sendo capaz de combater a anemia e reduzir o colesterol ruim. Além disso, também previne o câncer e melhora a saúde intestinal. Como todas as demais leguminosas, os feijões são fontes de proteína, fibras e vitaminas do complexo B. O alto teor de fibras e a quantidade moderada de calorias por grama conferem a esses alimentos alto poder de saciedade.
Quando combinado ao arroz, o feijão se reforça como uma fonte de proteína de qualidade. O melhor aproveitamento ocorre a partir do preparo com pouco sal e gordura, e com temperos caseiros como cebola, alho e ervas. Adicionar legumes e verduras no preparo do feijão também pode tornar a refeição mais saborosa e nutritiva.
O Ministério da Saúde recomenda que alimentos in natura ou minimamente processados devem ser consumidos diariamente, incluindo o feijão.
Outra linha da pesquisa observou o consumo do item ao longo dos anos de 2007 a 2017 e identificou uma tendência preocupante. A previsão é que em 2025 o brasileiro deixe de comer feijão de forma regular e tradicional.
Na análise por sexo, constatou-se que desde 2022 as mulheres já compõem majoritariamente os grupos de consumo inferiores ao regular. Para os homens, a estimativa de alteração é no ano de 2029.
A pesquisadora Fernanda Serra ressalta que a substituição dos alimentos naturais por ultraprocessados modifica o perfil alimentar da população, trazendo uma piora na qualidade da dieta.
“A mudança de perfil alimentar se deve a praticidade que os ultraprocessados oferecem ao dia a dia. Então, pela falta de tempo, muitos optam por produtos prontos ou fáceis de serem preparados”, afirma.