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porto velho, sexta-feira 29 de novembro de 2024
BRASIL: Depoimentos de estagiárias, ex-estagiárias e funcionárias do gabinete do juiz suspeito de assédio e agressões em Divinópolis, a 124 km de Belo Horizonte, indicam uma rotina de investidas sexuais, agressões físicas, ameaças e pressões psicológicas durante o trabalho.
Os autores seriam o juiz Ather Aguiar, da Vara da Fazenda Pública e Autarquias, e um assessor identificado como T.C.D.O. Ambos são investigados e foram afastados dos cargos nesta quarta-feira (28).
A reportagem teve acesso ao depoimento de sete mulheres apontadas como vítimas. Cinco delas ainda estão lotadas no gabinete. As outras duas já saíram da unidade.
Nos relatos, as denunciantes relatam rotina de tapas no rosto, agressão com livros, ameaças, perseguição, insinuações sexuais, exibição de conteúdo pornográfico e rituais de iniciação no gabinete com exposição a situações embaraçosas. Uma ex-estagiária contou que o assessor a amarrou em uma cadeira ao retrucá-lo em um comentário. Aguiar teria sido conivente com a situação.
"A partir de depoimentos prestados por servidoras e colaboradoras do referido juízo à ilustrada Direção do Foro da comarca de Divinópolis, eis que configuradoras, em tese, de assédio moral e sexual, além de violência física e de gênero", indicou relatório da Justiça sobre o caso.
O advogado Sânzio Baioneta Nogueira, representante do juiz, informou que os esclarecimentos vão ser apresentados durante a investigação instaurada, "considerando que o feito tramita sob sigilo e em respeito aos envolvidos na apuração". A reportagem tenta contato com a defesa do assessor.
Segundo o TJMG, foi dado aos investigados prazo para a defesa em relação à abertura do processo disciplinar contra eles. "O processo, que é sigiloso, seguirá sob o rito do contraditório e da ampla defesa", destacou o órgão.