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Brasil é figurante em hipotética Copa do Mundo da Educação, resposta para isso pode ser o pouco investimento na educação


G1

Publicada em: 12/06/2018 15:12:53 - Atualizado

BRASIL - A partir de quinta-feira (14), a bola começa a rolar no maior torneio mundial de futebol. Em 2018, a Copa do Mundo chega à sua 21ª edição e a seleção brasileira, liderada pelo técnico Tite e o atacante Neymar, vai em busca do hexacampeonato, além de definitivamente deixar para trás o vexame histórico do último Mundial. Se por um lado o Brasil entra como um dos favoritos ao título, o mesmo não aconteceria caso a competição envolvesse os indicadores educacionais de cada um dos 32 países participantes.

Segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) elaborado em 2016, com dados de 2015, o País figura apenas na 26ª colocação em média de anos de estudo da população adulta com 25 anos ou mais. Ocupa a 24ª posição quando é avaliado o percentual de alunos matriculados no ensino superior em relação ao grupo populacional entre 18 e 24 anos. Já em relação a expectativa de anos de estudo para crianças com idade para entrar na escola, o País encontra-se um pouco melhor: 19ª lugar.

Os resultados pífios apresentados nos rankings podem ser creditados à falta de investimento adequado no desenvolvimento da educação básica, uma vez que hoje o País gasta anualmente apenas US$ 3,8 mil (R$ 11,7 mil) por aluno no primeiro ciclo do ensino fundamental (até a 5ª série) - um dos piores índices mundiais, segundo dados do relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O cenário é um pouco melhor em relação aos gastos com estudantes universitários. Nesse caso, o Brasil investe US$ 11,7 mil (R$ 36 mil), se aproximando de alguns países europeus, como Portugal, Estônia e Espanha, com despesas, respectivamente, por aluno, de US$ 11,8 mil, US$ 12,3 mil e US$ 12,5 mil, e até ultrapassa países como a Itália (US$ 11,5 mil), República Checa (US$ 10,5 mil) ou Polônia (U$ 9,7 mil).

No entanto, para o diretor de relações institucionais do Quero Bolsa, Marcelo Lima, a disparidade dos recursos acaba afetando de maneira geral os índices educacionais brasileiros, porque se não há uma educação básica de qualidade, a quantidade de estudantes com possibilidade de acesso ao ensino superior continuará sendo limitada, sem espaço para avanços significativos.

“A educação nunca foi tratada como prioridade absoluta por nenhum governante. São anos de descaso. Coube, nos últimos anos, à iniciativa privada assumir a responsabilidade com intuito de suprir essa lacuna deixada pelo Estado. Sem dúvida, se não fosse o investimento realizado pelos grupos educacionais, as coisas estariam ainda piores”, avalia.

A seguir, confira o ranking completo com os indicadores educacionais dos 32 países da Copa:

País

Expectativa de anos de estudo

Média de anos de escolaridade

Taxa bruta de matrícula no Ensino Superior em jovens de 18-24 anos

Alemanha

17,1

13,2

65%

Arábia Saudita

16,1

9,6

61%

Argentina

17,3

9,8

80%

Austrália

20,4

13,3

87%

Bélgica

16,6

11,4

73%

Brasil

15,2

7,8

46%*

Colômbia

13,6

7,6

51%

Coréia do Sul

16,6

12,2

95%

Costa Rica

14,2

8,7

53%

Croácia

15,3

11,2

70%

Dinamarca

19,2

12,7

82%

Egito

13,1

7,1

32%

Espanha

17,7

9,8

89%

França

16,3

11,6

64%

Inglaterra

16,3

13,3

56%

Irã

14,8

8,8

66%

Islândia

19

12,2

82%

Japão

15,3

12,5

62%

Marrocos

12,1

5

25%

México

13,3

8,6

30%

Nigéria

10

6

n/a

Panamá

13

9,9

39%

Peru

13,4

9

41%

Polônia

16,4

11,9

71%

Portugal

16,6

8,9

66%

Rússia

15

12

79%

Senegal

9,5

2,8

7%

Servia

14,4

10,8

58%

Suécia

16,1

12,3

62%

Suiça

16

13,4

57%

Tunísia

14,6

7,1

35%

Uruguai

15,5

8,6

63%

*Segundo o Observatório do Plano Nacional de Educação (PNE), órgão que acompanha o cumprimento das metas do Plano Nacional da Educação (PNE), a taxa bruta de matrícula no Brasil para o ano de 2015 é 34,6%.


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