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    porto velho, domingo 24 de agosto de 2025

Mulher espancada com 61 socos recebe medalha em formatura: “Sinto-me muito honrada"

Juliana Garcia dos Santos Soares passou por cirurgias para reconstrução da face após o caso


IG

Publicada em: 23/08/2025 12:39:11 - Atualizado

BRASIL: A entrega da medalha foi feita pelo reitor André Lemos Araújo, que destacou a força de Juliana diante da violência que chocou o país.

Durante a cerimônia, o reitor afirmou: “Ela é uma mulher que ao ser ferida escolheu não permanecer silenciada”. Em seguida, leu discurso em que classificou Juliana como símbolo de resiliência e exemplo de luta contra a violência de gênero.

"Uma mulher cuja trajetória e a história toca a todos nós com a sua força indomável. Juliana enfrentou um dos episódios mais brutais de violência que a nossa sociedade já testemunhou. Um ataque dentro de um elevador no seu próprio condomínio. Ato este reconhecido como uma tentativa de feminicídio”, declarou.

O discurso também explicou o impacto das imagens que mostraram a agressão registrada por câmeras de segurança. “As imagens chocaram o Brasil e o mundo expondo a crueldade e o horror dessa violência que recaiu sobre a mulher indefesa”, disse Lemos.

A própria Juliana agradeceu a homenagem. “Sinto-me muito honrada com essa homenagem. Fico feliz em poder representar as mulheres de uma forma positiva e agradeço a toda solidariedade e esse prêmio que recebi”, declarou após receber a medalha.

O caso ocorreu em 26 de julho, dentro do elevador de um condomínio em Natal. As câmeras flagraram Igor desferindo dezenas de socos contra Juliana, que saiu ensanguentada e com graves lesões no rosto.

O ex-jogador de basquete foi preso em flagrante no dia seguinte e teve a prisão convertida em preventiva. Ele está detido na Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim. A Polícia Civil apura o crime como tentativa de feminicídio.

Juliana passou por cirurgias de reconstrução facial e já divulgou imagens da recuperação. Ela relatou que ainda enfrenta dores, mas afirma que a maior luta é para transformar sua história em símbolo de resistência.

Casos de violência contra a mulher podem ser denunciados pelo 190 (Polícia Militar), 180 (Central de Atendimento à Mulher) e Disque 100, que recebe denúncias de violações de direitos humanos.



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