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    porto velho, quinta-feira 30 de outubro de 2025

"De vítimas, só tivemos os policiais", diz Castro sobre megaoperação no Rio de Janeiro

Defensoria Pública do estado aponta que ação das forças estaduais de segurança na terça-feira (28) deixou ao menos 130 mortos, sendo 128 civis e quatro policiais


cnn

Publicada em: 29/10/2025 11:00:21 - Atualizado


Durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (29), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que as "verdadeiras vítimas [da megaoperação] foram os policiais". Segunda a Defensoria Pública do estado, a ação das forças estaduais de segurança deixou ao menos 130 mortos, sendo 128 civis e quatro policiais.

Na fala, o governador destacou que se "solidariza com os quatro guerreiros" e que determinou que as famílias dos agentes sejam amparadas pelo estado.

Na manhã desta quarta-feira (29), a Praça da Penha, na zona Norte da capital fluminense, amanheceu com uma fila de corpos estendidos em uma lona. Segundo o ativista Raull Santiago, que está no local, cerca de 50 corpos foram retirados por moradores da região de mata do Complexo da Penha durante a madrugada.s Civil e Militar do Rio de Janeiro, realizada nessa terça-feira (28), nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital fluminense.

A ação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes das forças estaduais de segurança, foi resultado de mais de um ano de investigação conduzida pela DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes).

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SESP) e o Governo do Estado, o objetivo principal era combater a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes e lideranças criminosas do CV.

Entre os alvos, 30 seriam membros da facção oriundos de outros estados, com destaque para o Pará, que estariam escondidos nessas comunidades.

Operação mais letal da história

A Operação Contenção se tornou a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, totalizando, segundo o balanço oficial do governo, 64 mortos. O saldo final incluiu 60 suspeitos de crimes e quatro policiais mortos (dois policiais civis e dois policiais militares do Bope).

O dia da operação foi marcado por intensos tiroteios, com drones policiais registrando criminosos fortemente armados fugindo em fila indiana pela mata da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha.

Além dos mortos, 81 pessoas foram presas, incluindo Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão, que é apontado como o operador financeiro do CV no Complexo da Penha e braço direito do chefe do Comando Vermelho, Edgar Alves de Andrade, vulgo "Doca" ou "Urso".

A operação resultou na retenção de mais de 100 fuzis, um número que superou os balanços mensais de apreensão dessa arma em quase todos os meses do ano, ficando próximo do recorde histórico.


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