• Fundado em 11/10/2001

    porto velho, quarta-feira 25 de junho de 2025

Suspeito de chantagear padre Robson fugiu de delegacia em carro de luxo após pagar R$ 100 mil a policiais

Fuga aconteceu em 2016, após investigado ser preso em operação contra roubo de gado, em Goiânia.


G1

Publicada em: 29/03/2022 15:59:56 - Atualizado


BRASIL - A Corregedoria da Polícia Civil investigou a fuga do preso Welton Ferreira Nunes Júnior, que ocorreu em 2016, e concluiu que ele pagou R$ 100 mil a policiais para viabilizar a fuga da Delegacia de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia, em 2016. Ele também ficou conhecido como hacker suspeito de chantagear o padre Robson de Oliveira – cujo caso está arquivado. De acordo com os depoimentos colhidos, a mãe dele o buscou em um carro de luxo da marca Mercedes.

O inquérito foi encaminhado ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) indiciando três policiais por corrupção passiva - sendo um deles pela facilitação de fuga também - e o próprio preso e a mãe dele por corrupção ativa.

De acordo com o Ministério Público do Estado de Goiás, os autos ainda não foram concluídos e “até o momento, não foi aberta vista ao MP para as providências cabíveis”.

Advogado que representa Welton e a mãe dele, Leidina Alves Bessa (também indiciada no processo), Ricardo Silvestre disse que a defesa só se manifestará após o caso ser analisado pelo MP, que pode oferecer ou não denúncia contra os citados.

Quadrilha suspeita de roubar gado é presa em GO; líder tinha vida de luxo

A Polícia Civil informou, por meio de nota, que não repassará “detalhes a fim de não prejudicar o andamento da persecução penal”.

Segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), Welton Ferreira estava preso desde 2017, quando foi recapturado após a fuga. Ele conseguiu um alvará de soltura este ano, mas foi preso novamente. No entanto, as datas da liberação e da prisão mais recente não foram divulgadas. O investigado está detido em presídio de Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.

Tratamento especial

Welton havia sido preso durante operação contra roubo de gado e foi levado à carceragem da Deic, onde deveria ficar por alguns dias e depois ser transferido para a Casa de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia. Segundo um dos depoimentos do próprio preso, ele pagava servidores para não ser transferido, por medo de ser morto.

Ainda com base em relatos de Welton, o inquérito detalha que o preso chegou a passar uma noite na casa que tem em condomínio de luxo em Goiânia. Há registros ainda de depoimento em que ele narra que, em outra oportunidade, saiu para uma churrascaria, também na capital.

Sobre a fuga, o inquérito apurou que ela conteceu no dia 30 de junho de 2016, mas só foi reportada no dia 1º de julho. Nos depoimentos do preso e da mãe dele consta que Leidiane foi à Deic e buscou o filho. Ela teria descido na saída para Nerópolis e voltado para casa em um carro que chamou por aplicativo.

De acordo com o inquérito, nos depoimentos dos dois também é relatado que foi combinado o pagamento de R$ 100 mil aos policiais envolvidos, sendo que a mãe fez a entrega do dinheiro – metade antes e metade depois.


Fale conosco