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Jovem morta após combinar carona por WhatsApp foi amarrada por corda e arrastada


G1

Publicada em: 04/11/2017 09:19:55 - Atualizado

BRASIL- A jovem de 22 anos que morreu após oferecer uma carona por WhatsApp no interior de São Paulo teve os braços amarrados por uma corda e foi arrastada. É o que contou nesta sexta-feira (3), em depoimento à Polícia Civil de Frutal (MG), o suspeito de roubar e matar a radiologista Kelly Cristina Cadamuro. Jonathan Pereira do Prado, de 33 anos, deve voltar a ser ouvido pela polícia na próxima semana. O inquérito sobre o caso tem até 30 dias para ser concluído.

De acordo com o delegado regional, Cézar Felipe Colombari da Silva, Prado disse como premeditou e cometeu o crime ocorrido no Triângulo Mineiro. No relato, o suspeito relatou ter amarrado a vítima após desacordá-la e, apesar do corpo de Kelly ter sido encontrado seminu, afirmou não ter cometido abuso sexual.

A radiologista Kelly Cristina Cadamuro foi dada como desaparecida na última quarta-feira (1º) depois que saiu de São José do Rio Preto (SP) com destino a Itapagipe (MG) para encontrar com o namorado, que chegou a alertá-la por mensagem para que ela tivesse cuidado na viagem. O corpo dela foi encontrado em um córrego entre Itapagipe e Frutalnesta quinta-feira (2) sem a calça e com a cabeça mergulhada na água. A jovem foi enterrada na cidade natal, em Guapiaçu (SP), nesta sexta-feira.

Dos três detidos ainda durante a noite desta quinta-feira no interior de SP, Prado foi o único levado para Frutal, onde as investigações sobre o crime são conduzidas. Ele foi identificado como sendo o passageiro para quem ela forneceu carona.

Conforme o delegado regional, o rapaz confessou ter agredido a radiologista e explicou que a jovem ficou seminua porque a calça saiu das pernas enquanto ele a arrastava para o córrego. A calça foi encontrada pela polícia a 3 Km do corpo. A declaração de óbito obtida pelo G1 apontou que ela morreu em decorrência de asfixia e estrangulamento.

"Ele admitiu ter feito uso do WhatsApp para armar o crime. Após marcar a viagem, ele esperou chegar até um trecho sem movimento da rodovia para pedir que ela parasse o carro para ele urinar", explicou. Ainda de acordo com a Polícia Civil, o homem relatou que, após a vítima estacionar o carro na estrada, ele começou a dar socos no rosto dela.

Polícia Civil não descarta estupro

A Polícia Civil informou ainda que Jonathan Pereira do Prado citou várias vezes durante o depoimento que não tentou abusar sexualmente de Kelly. Um dos braços dele estava com marcas de arranhões. A reconstituição do crime é uma possibilidade analisada pela polícia.

"Ele dizia que a intenção era praticar o roubo, mas não descartamos nada. Os primeiros exames não constatam violência sexual. No entanto, aguardamos laudo de necropsia com detalhes e o laudo do local do crime onde teremos mais detalhes. Essa documentação deve ficar pronta em até 10 dias", explicou.

O delegado Cézar Felipe Colombari informou também que tem até 30 dias para encerrar o inquérito. "Até terça-feira [7], vamos voltar a ouvir o preso. Precisamos ver se ele segue o mesmo depoimento. Familiares, amigos e o namorado também podem ser chamados. A polícia acredita que ela morreu ao reagir ao crime, segue na linha de investigação de latrocínio, mas não descarta nada. Seguimos os trabalhos", declarou.

Preso demonstrou frieza em depoimento

Durante o depoimento, o homem não demonstrou reações, segundo delegado Bruno Giovanini de Paula, que ouviu o rapaz na madrugada desta sexta-feira. O delegado comentou que ele narrava os fatos como se estivesse contando uma história.

O namorado de Kelly, Marcos Silva, disse em entrevista ao G1 que a garota ofereceu a carona por WhatsApp, mas que a viagem foi combinada por meio de ligação telefônica, através de uma mulher que alegou ser namorada do passageiro. Para a polícia, o homem preso contou que a maioria dos contatos com a radiologista foi feito através do aplicativo de bate-papo e negou participação de mulher no caso.

"Isso é um fato a ser apurado ainda. Ele falou que combinou com Kelly que ia viajar ele e a namorada, mas que isso era mentira e uma forma de passar mais confiança para a vítima. Essa questão ainda vai ser apurada com mais clareza", esclareceu Bruno.

A Polícia Civil de Rio Preto informou que Prado estava foragido desde março deste ano do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de São José do Rio Preto, quando foi beneficiado em uma saidinha temporária. Ele já responde por oito crimes: furto, roubo, estelionato, extorsão, ameaça, lesão corporal, apropriação e uso de moeda falsa.


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