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    porto velho, domingo 24 de novembro de 2024

Seca no Rio Madeira ameaça abastecimento de combustível em Rondônia

Com a diminuição drástica do nível das águas, a navegação fluvial...


Redação

Publicada em: 09/08/2024 09:10:10 - Atualizado

Comboio de 30 barcaças navega o rio Madeira, em Porto Velho — Foto: Reprodução/Amaggi

PORTO VELHO, RO: A seca que afeta o rio Madeira tem gerado preocupações significativas em Rondônia, especialmente quanto ao abastecimento de combustível. 

Com a diminuição drástica do nível das águas, a navegação fluvial, principal meio de transporte de combustível na região, enfrenta grandes desafios, o que pode levar a um aumento nos preços nas bombas.

Nos últimos dois meses, a Capitania Fluvial da Marinha do Brasil impôs restrições severas à navegação noturna no trecho entre Porto Velho, capital do estado, e Novo Aripuanã, no Amazonas. 

Além disso, as embarcações têm sido obrigadas a reduzir suas cargas pela metade devido à formação de bancos de areia e pedras ao longo do rio, que impedem a passagem segura das balsas.

Esse cenário tem tornado o transporte mais lento e custoso. O trajeto que anteriormente levava de 7 a 8 dias para ser concluído agora se estende por até 20 dias. "As balsas estão vindo com menos carga e só podem navegar durante o dia. Isso tem dificultado bastante a logística", afirmou Eduardo Valente, presidente do Sindicato dos Petroleiros de Rondônia (Sindipetro).

A escassez de água no rio Madeira não só afeta o transporte fluvial, como também levanta preocupações sobre o abastecimento contínuo de combustível no estado. Caso as condições piorem, a alternativa seria o transporte rodoviário, uma rota de mais de 2.400 quilômetros que elevaria os custos e, consequentemente, o preço final do combustível para os consumidores.

Especialistas alertam que os meses de agosto e setembro podem representar o pico da estiagem em 2024. A Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) já declarou a situação do rio Madeira como crítica, prevendo que o nível das águas possa ficar abaixo da cota de emergência até o final de agosto.

A seca prolongada também afeta diretamente as comunidades ribeirinhas, que enfrentam dificuldades para acessar água potável. Em algumas áreas, moradores precisam percorrer trajetos de até uma hora de barco para conseguir água, enquanto poços estão sendo escavados em várias comunidades como medida emergencial.

Dois fenômenos climáticos estão sendo apontados como responsáveis por essa situação alarmante: o aquecimento anômalo do Oceano Atlântico Norte, que está mais quente que o Atlântico Sul, e o fenômeno El Niño, que atrasou o início da estação chuvosa e enfraqueceu as chuvas iniciais. 

Ambos os fatores combinados têm comprometido seriamente o nível de água do rio Madeira, impactando o cotidiano de milhares de pessoas em Rondônia e elevando a preocupação quanto ao futuro próximo.

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