BRASÍLIA (DF) - Ao melhor estilo “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”, o deputado federal Rafael Fera (PODE) parece ter iniciado o mandato com apetite pela Cota Parlamentar, encerrando o mês de setembro como o segundo deputado mais caro da bancada rondoniense.

Para se ter uma ideia, no mesmo período, os deputados Lúcio Mosquini (MDB) e Thiago Flores (REPU) gastaram cerca de R$ 26 mil cada.

A Cota Parlamentar é um recurso indenizatório pago pela Câmara Federal mediante apresentação de notas fiscais, destinado a cobrir despesas relacionadas ao exercício do mandato.

Desde que assumiu o cargo — há menos de quatro meses —, Rafael Fera já apresentou ao setor financeiro da Câmara R$ 63.361,39 em notas fiscais para reembolso.

Entre os gastos declarados estão outdoors, combustível e até cafézinho e refrigerante.

Essas primeiras movimentações do parlamentar com a Cota Parlamentar colidem diretamente com o discurso antiprivilégios que o projetou e o levou à preferência de milhares de eleitores indignados com os excessos da política tradicional.

Autoproclamado “caçador de mamateiros”, Rafael Fera agora parece experimentar do próprio veneno: de pedra, tornou-se vidraça, e terá de explicar por que se beneficiou de privilégios que a maioria dos brasileiros jamais verá em uma vida inteira de trabalho.

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