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porto velho, terça-feira 7 de outubro de 2025
BRASIL: O custo para tirar a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) varia de R$ 1.950,40, na Paraíba, a R$ 4.951,35, no Rio Grande do Sul, segundo levantamento divulgado pelo Governo por unidade da Federação.
A diferença de quase R$ 3 mil evidencia a disparidade regional e mostra o peso financeiro da burocracia para quem busca o documento.
Enquanto o Ministério dos Transportes conduz uma consulta pública para eliminar a obrigatoriedade das autoescolas, a proposta promete reduzir o preço médio da habilitação — hoje entre R$ 3 mil e R$ 4 mil — e ampliar o acesso, especialmente para pessoas de baixa renda.
Os números mostram que o custo de dirigir no Brasil é também um marcador social.
Em estados como Bahia, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, o valor ultrapassa os R$ 4 mil, o que representa mais de três salários mínimos. Em outros, como Paraíba e São Paulo, a despesa total não chega a dois.
A média nacional, considerando todos os estados, é de R$ 3.155,77 — mas a mediana (R$ 3.005,67) revela que metade do país paga menos que isso.
Mesmo assim, em muitas cidades do interior, o valor equivale a boa parte da renda anual de uma família de baixa renda.
Essa disparidade explica por que 54% dos brasileiros em idade para dirigir ainda não possuem CNH, segundo o Ministério dos Transportes.
Além de ser um sonho de independência, a habilitação é também um instrumento de trabalho — especialmente para quem atua como motorista de aplicativo, entregador ou trabalhador rural.
Diante desse cenário, o governo federal decidiu abrir uma consulta pública para discutir o fim da obrigatoriedade das aulas em autoescolas.
A medida, defendida pelo ministro Renan Filho (MDB), mantém os exames teórico e prático, mas permite que candidatos escolham instrutores autônomos ou plataformas digitais.
A promessa é reduzir o custo médio da CNH — hoje entre R$ 3 mil e R$ 4 mil — para algo próximo de R$ 800, valor que cobriria apenas taxas e exames.
A mudança, se confirmada, pode beneficiar milhões de motoristas informais e formalizar atividades que hoje ocorrem à margem da lei.
Por outro lado, sindicatos de autoescolas alertam para a perda de empregos e a possível queda na qualidade da formação, pedindo estudos de impacto antes da aprovação final.