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porto velho, terça-feira 28 de outubro de 2025

PORTO VELHO - RO - Nesta terça-feira, 28 de outubro, celebra-se o Dia do Servidor Público, uma data que deveria ser marcada por reconhecimento e respeito — mas que, na prática, serve mais como lembrete da ingratidão de um país que não valoriza quem faz o Estado funcionar.
Desde os tempos em que o funcionalismo público se estruturou como base da administração brasileira, os servidores foram o alicerce da máquina que move governos, executa políticas, garante saúde, educação, segurança e justiça. São eles que mantêm viva a engrenagem invisível da gestão pública, mesmo em meio a crises, trocas de comando e promessas nunca cumpridas.
Mas a realidade é dura: salários achatados, desvalorização profissional e instabilidade política marcam a rotina de quem dedica a vida ao serviço público. Quando o orçamento aperta, o corte começa por eles. Quando a crise chega, o culpado é o servidor. E quando o mérito é alcançado, raramente o reconhecimento é compartilhado. É o retrato de uma categoria que sustenta o Estado, mas vive à margem das prioridades de quem o governa.
Em Rondônia, o dia é de homenagens e alívio parcial. O governador Marcos Rocha-UB adiantou o pagamento dos servidores estaduais, gesto que, embora simbólico, traz algum fôlego ao funcionalismo. O mesmo ocorre na capital, onde o prefeito Léo Moraes-Podemos - determinou antecipação dos salários, e na Assembleia Legislativa, onde o presidente Alex Redano-Republicanos seguiu o mesmo caminho.
Ainda assim, o cenário está longe do ideal. A categoria, que representa uma das maiores forças políticas do estado, continua lutando por planos de carreira dignos, reposição salarial e respeito institucional. Em períodos eleitorais, é cortejada por todos; depois, relegada ao esquecimento.
É preciso lembrar que o servidor público não é o problema — é parte essencial da solução. Enquanto houver quem vista a camisa da saúde, da educação, da segurança e da administração com dedicação e vocação, ainda haverá esperança de um Estado que funcione. O que falta é vontade política para retribuir com valorização o que há décadas vem sendo pago com trabalho silencioso e compromisso diário.