PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo desta segunda-feira (1º) recebeu o vereador Devanildo Santana, que fez um amplo balanço da situação da coleta de lixo em Porto Velho e comentou ações recentes nas áreas da saúde e inclusão social.

Durante a entrevista, o parlamentar demonstrou forte preocupação com o atual cenário de descarte de resíduos na capital. Segundo ele, com o período chuvoso e a precariedade do serviço, muitos moradores têm recorrido a terrenos baldios por falta de alternativas.

“Estou muito preocupado com a questão da coleta de lixo. Com as chuvas, a população agora está descartando lixo em terrenos baldios porque não tem outro lugar para descartar. Isso, infelizmente, é o que a nossa cidade tem como opção em vários bairros. Locais que antes não alagavam agora estão alagando”, falou.

Devanildo criticou duramente o contrato emergencial firmado para a coleta, afirmando que a empresa responsável não possui capacidade técnica para atender a cidade. Ele também alertou para o risco de doenças, como leptospirose, devido ao acúmulo de lixo.

“Nós temos uma empresa que não é técnica, que faz um trabalho muito ruim e nossa população está sofrendo. Tenho fé em Deus que a nossa Justiça irá rever essa situação, porque, do jeito que está, podemos sofrer com doenças como leptospirose, doença do rato, entre outras”, disse.

O vereador destacou que ingressou com uma ação popular — já reconhecida pela Justiça — para tentar derrubar o contrato emergencial. Ele relatou ainda episódios de revolta por parte da população e de empresários, que chegaram a cogitar protestos na Câmara Municipal e no Prédio do Relógio.

“Entra uma decisão para manter o contrato com a Marquise, que está há 30 anos operando, só que mudam tudo. A Parceria Público-Privada que estava vigente era o melhor contrato para a coleta de lixo de Porto Velho, e agora entra um contrato precário, com alto valor, e a população não consegue fazer a coleta de lixo”, comentou.

Apesar das críticas, Devanildo também ressaltou avanços obtidos por meio de sua atuação. Ele comemorou a sanção de uma lei de inclusão de sua autoria e elogiou empresários que já estão adotando práticas previstas na legislação. Outro destaque citado foi o programa Corujão da Saúde, criado a partir de sua solicitação, que ampliou o atendimento noturno.

“Eu não aguento mais. Entrei na Justiça com uma ação popular, que já foi reconhecida, para que a gente consiga derrubar esse contrato precário. Aumentou a quantidade de crianças doentes por conta da proliferação do lixo”, relatou.

O vereador também anunciou a construção de uma UPA Infantil, prevista para o próximo ano, atendendo reivindicação apresentada por moradores da capital.

“A coleta era feita três vezes por semana. Houve um grupo de empresários que ia jogar lixo na Câmara Municipal e no Prédio do Relógio. Por sorte, nós conseguimos acalmar os ânimos. A cidade de Porto Velho não suporta contrato emergencial, a exemplo do transporte coletivo e escolar”, comentou.

Ao encerrar a entrevista, Devanildo afirmou agir com firmeza nas cobranças, mas reconheceu a continuidade de serviços realizados pela gestão do prefeito Léo Moraes na área da saúde. Segundo ele, o diálogo com o Executivo tem permitido atender demandas importantes da população.

“Graças a Deus eu sou um dos únicos vereadores do Brasil a apresentar uma lei de inclusão. Quero parabenizar o dono do Nova Era, que me ligou e falou que irá contratar pessoas com mais de 60 anos. Fico muito feliz quando vejo o resultado do nosso trabalho. Através da nossa solicitação nasceu o Corujão, que hoje atende a população durante o período noturno. Conseguimos expandir esses serviços escutando a população, que apontou a necessidade da UPA para crianças, que será construída no próximo ano”, finalizou.

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