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porto velho, sexta-feira 22 de novembro de 2024
CRÔNICA DE FIM DE SEMANA - Dr. Confúcio, o Neófito? - Por Arimar Souza de Sá
O Doutor Confúcio Moura, médico renomado em Rondônia, prestigiado na comunidade de Ariquemes, num cochilo da "república" de Rolim de Moura, consagrou-se governador, e fê-lo em dois mandatos com razoável eficiência.
Durante o seu governo, contam, não teria prestigiado o “compadresco” com os que o elegeram e com o seu próprio partido, por isso, agora, amarga tremendo dissabor. É que os ex-futuros “compadres” de ontem - são os convencionais de hoje e que vão chancelar, ou não, sua pretensão ao Senado. E mágoas restaram...
Como é comum, depois da vitória na fanfarra eleitoral, os cargos são divididos, primeiramente, entre os deputados e o restante com os apoiadores, correligionários e operadores de campanha. Isto, Confúcio, aparentemente, não fez.
Nessa “práxis” da vida política, quase sempre a meritocracia é deletada da pauta de escolhas, e, ao final, o Estado viúvo, fica assistindo impotente o desmembrar da “partilha”, porque o Brasil pertence a eles, e não ao povo que os elege e paga a conta de suas ousadias discrepantes.
Logo que o médico de Ariquemes tomou as rédeas do poder, “confucistas” de primeira hora, não “prestigiados”, choravam as pitangas e prometiam ao “diabo” uma desforra à altura de suas mágoas, pois o médico, no âmbito de sua decência, pensou que o governo era só dele e dos chegados, e não “deles”, os magoados.
Reza a lenda, no entanto, que Confúcio Moura pode ter se equivocado, pois ainda em 2.010, ele teve dificuldade em emplacar seu nome para governador, porque a cúpula do PMDB optava por Suely Aragão, então prefeita de Cacoal, como candidata a cabeça de chapa, ou a vice governador, à reboque de uma possível coligação.
Apesar disso, o matreiro Raupp, tomou as dores de Confúcio, até então um ilustre desconhecido fora da região de Ariquemes, e afastou Suely Aragão da disputa e o partido saiu-se vitorioso.
Ato contínuo, já eleito governador, Confúcio selou com Raupp o compromisso futuro, até para pagar o favor, de não competir com ele em nenhuma eleição.
O tempo passou e o senador Raupp, munido dessa “pedra”, agora cobrou a fatura e deu xeque-mate no médico do interior, seguindo a regra que se instalou no MDB, desde 1986, que consagra o partido como detentor da medalha de ouro de maior fisiologista da história política nacional.
Crer-se, neste momento de odienta trava na seara política regional, que esse imenso tiroteio entre os dois caciques ainda vai muito longe e dá margem a grandes reflexões:
Existe, por exemplo, fundada competição entre Confúcio e Raupp, considerando serem duas as vagas disputadas para senador?
Quebrou-se com isso o acordo de 2.010, a ponto de Raupp “liderar” uma campanha interna para rifar as pretensões do médico do interior?
O que deu na cabeça de Confúcio, tido, havido e festejado como centrado e frio, para “descer do salto” e taxar Raupp com pejorativos de “bandido e descarado”?
Ora, dois homens públicos colocados pelo eleitor nos mais altos patamares da política rondoniense, cujas folhas de serviços já foram passadas na casca do alho do eleitor, têm o direito de baixar o nível a esse ponto?
A disputa do poder, todos sabem, é como um tabuleiro de xadrez: cochilou perde a partida. O jogo é bruto, onde não se admite “perna de pau”. A razão do mais forte é sempre a melhor e o jogador deve estar preparado para escapar das armadilhas.
E a tão propalada experiência confuciana? E a sua inquietante frieza e calma, não poderiam ter absorvido melhor o provocar dos fatos?
E com tais atributos ele, na gestão da impaciência, não teria condições de pensar e não ter mordido a isca posta na espera pelo barbudo senador? O que o fez perder as estribeiras e agir como “Néofito”?
Mas o jogo está sendo jogado. Quem vencerá esta queda de braço?.
Aqui, plagiando antiga novela da telinha. Você decide!
Como não há equilíbrio, decência pelo menos é que se espera. AMÉM!