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    porto velho, sábado 23 de novembro de 2024

Fernando Cardoso se encanta com as maravilhas da Reserva Cuniã

Curitibano especialista em panificação embarca com grupo de pesquisadores e nossa equipe, na fascinante viagem para uma das maiores Reservas da Amazônia


Jaqueline Alencar / Especial para o Rondonoticias

Publicada em: 27/10/2018 14:06:15 - Atualizado

RESERVA DO LAGO DO CUNIÃ RO - Brisa leve, ar puro, mata verde, água morna, vento correndo no rosto, e os olhos fitados nos patos d´água, garças, jacarés, pássaros das mais variadas cores e espécies, botos, tracajás, e o espetáculo da biodiversidade em vegetação e outras espécies animais que a rica natureza da Amazônia proporciona. Tudo isso, deixou o curitibano Fernando Cardoso Leal, especialista em panificação, sem palavras, e arrancaram lágrimas dos olhos do paranaense ao contemplar as maravilhas da Reserva do Lago do Cuniã, Resex localizada há 130 km da capital de Rondônia.

“Não consigo falar nada, só chorar”, disse ele sem conter a emoção no início da expedição ao local nessa sexta-feira (26).

A equipe Rondonoticias embarcou nesta emocionante viagem junto com Fernando, que ministra neste sábado (27) a 1ª Oficina de Panificação Sustentável para Empreendedorismo e Reinserção Social em Porto Velho; com o doutor Flávio de São Pedro Filho, professor da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), um apaixonado declarado por Turismo; Izabel Cristina da Associação Instituto Babaçu da Amazônia (AIBA); Josias Batista, da Polícia Técnico Científica (Politec); e a assistente social Luciana Gonçalves; todos, também voluntários do Grupo de Pesquisa em Gestão da Inovação e Tecnologia (Geitec).

A expedição contou com apoio do Corpo de Bombeiros, responsável pelo transporte dos profissionais. No caminho, mesmo que mais demorado que o normal devido à baixa do Rio, o que impede maior velocidade à lancha, o doutor Flávio e Izabel Cristina enriqueciam o conhecimento do grupo explicando nomes das espécies de aves e árvores da floresta que embelezam o cenário às margens do Lago.

De vez em quando, gargalhadas e dedos apontados aos jacarés que, curiosos, levantavam as cabeças para ver o movimento, mas logo se escondiam. Os botos, como é de costume da espécie, se exibiram mais. Muitas aves também foram admiradas ao mergulharem no lago em busca do alimento. As garças saem com o prato preferido seguros no bico. “Um verdadeiro espetáculo, maravilhoso!”, dizia seguidamente Fernando Leal.

Patos guias

Quando pensamos que a emoção havia acabado, muita coisa boa ainda havia para se conhecer. Chegando à Reserva Cuniã, fomos recebidos com um espetáculo proporcionado por milhares de patos d´água que se pareciam nos guiar e dar-nos boas vindas em fileiras nos direcionando até à Reserva, e lá, em um grande círculo, permaneceram por longo tempo. Haja coração, que show!

Dentro da Reserva, o pioneiro Eduardo Ferreira (“seo” Dudu) de 65 anos completou a bela recepção com sorriso largo e simpatia ímpar. Ele, a exemplo da maioria que vive ali, nasceu na área de 55.850 hectares. Mora no local com a família e outras 95 que residem juntamente com seus filhos, esposas e parentes, em casas construídas de madeira.

No almoço, nosso visitante curitibano conheceu algumas das delícias da Reserva como o bom sabor do peixe do Lago Cuniã e do suco de cajá. Também participou da boa conversa sobre a história e riquezas da Reserva, criada por Decreto Presidencial no dia 10 de novembro do ano de 1999, se tornando assim, Unidade de Conservação Federal do Brasil.

Extrativismo

Os moradores do Cuniã são descendentes de migrantes nordestinos que vieram para Rondônia trabalhar nos seringais, e de índios que habitavam a região, sobretudo da etnia Mura. No histórico de lutas do povoado Cuniã, que está entre os mais bem organizados do Baixo Madeira, uma Associação forte e representativa: Associação de Moradores do Cuniã (Asmocum).

A comunidade sobrevive basicamente da pesca, principalmente do Pirarucu (para venda e consumo), da caça; e do extrativismo do açaí, castanha e outras frutas da floresta; e da agricultura: como a mandioca para produção de farinha; e do cultivo da banana.

A Reserva também produz o Açaí e Castanha-do-Brasil, mas como é sabido historicamente, esses produtos coletados dentro do Cuniã são comercializados in natura por atravessadores por um preço bem abaixo dos valores pagos pelo mesmo produto em Porto Velho ou Manaus. Um dos fatores que prejudica os moradores na comercialização neste sentido é a dificuldade dos transportes das mercadorias, ou seja, como há menos compradores da produção das famílias, os preços pagos são quase sempre inferiores aos praticados em outras localidades.

Dificuldades 

Administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, a Reserva, conta com pousada, quatro poços artesianos, energia elétrica, Posto de Saúde, e uma Escola Municipal que oferece aulas para o Ensino Fundamental: 1º ao 5º ano no período da manhã e do 6º ao 9º ano no período da tarde. Lanchas da Escola são responsáveis pelo transporte dos estudantes, pois alguns núcleos são distantes e o acesso só se dá via embarcações.

Os atendimentos, tanto na saúde quando educação, segundo “seo” Dudu, enfrentam dificuldades, especialmente nesta época devido ao acesso fluvial no período da seca. “Agora mesmo, há 15 dias estamos sem médicos e sem aulas”, conta, aproveitando a presença da nossa equipe para cobrar das autoridades responsáveis uma solução para o problema.

Apesar das dificuldades, que ajudaremos a cobrar e esperamos que sejam logo solucionadas, não há como negar: a Reserva Cuniã e simplesmente, incrível! E vale e muito à pena conhecer e se encantar com tanta beleza.

Quer conhecer? É simples, só entrar em contato e agendar pelo telefone: Telefone: (69) 3225-7881 e tenha uma boa excelente viagem!


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