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porto velho, sábado 23 de novembro de 2024
Crônica de Fim de Semana
O BRASIL - UNIR PARA NÃO SUCUMBIR
- Arimar Souza de Sá.
Nunca, em tempo algum, fomos tão desunidos como nessa quadra que experimentamos agora.
Divergências ideológicas, administradas com impaciência, geram conflitos e nos distanciam do real. Quando o fanatismo vira lógica, é briga na certa. E isso é mau!
Enquanto o caldeirão ferve no ventre da pátria, poucos enriquecem e, muitos, os que não pensam, ingressam inexoravelmente no vale do desespero urbano.
Neste cenário insólito, encavalam-se ainda problemas na saúde, na educação e na segurança pública, tendo a violência como carro chefe na destruição do tecido social que ainda resta. Assim, não há País que resista a tantas baixas, vivendo apenas no ciclo de tirania dos aflitos.
Nessa linha, “atores” como os “sem-terra”, os “sem teto para morar”, abortaram o feto da sensatez e se multiplicam às escâncaras como gafanhotos nos campos de lavoura de trigo. São tantos que a vida nas metrópoles ficou ruim para os dois lados: para eles, engatados com a fome e rondando como pirilampos; e para os ricos, enjaulados como animais nos zoológicos.
Por sobre toda essa combustão gravitam os políticos ditos “donos do poder”; e por sobre o poder, fervem os ânimos das ideologias de esquerda, centro esquerda, direita e centro direita, como um complicador a mais para a marcha de toda essa desordem.
Diminuir o estresse desses agentes sociais, eis o grande desafio para a governança de Bolsonaro, já que os plantonistas da esquerda, pensando apenas na ideologia, esqueceram do país, ultrajando nossas limitadas divisas com empréstimos mirabolantes às ditaduras naufragadas na miséria: ostensivamente,“canalhisticamente”, ordinariamente... Por isso, a saúde econômico-financeira e ética do paciente chamado Brasil é tão delicada.
Desmesurou-se o empreguismo no Estado e, o pior, pela “invigilância”, oneraram a nação enferma deixando como resultado o desequilíbrio das contas públicas, sem contar com tantos outros vieses que os vermelhos destruíram num lapso de 13 anos.
Agora, passadas as eleições, é hora de juntar os cacos e seguir viagem, pedindo a Deus sorte para o novo presidente e clemência para perdoar os nossos pecados.
Vamos juntar emoções para reconstruirmos o país dos nossos sonhos, de braços dados e com o sentimento purificado de Nação, porque o que fere a tez, a cara desse gigante adormecido, é a ausência de um espírito coletivo de brasilidade, em busca dos mesmos ideais.
A Nação é a morfologia da essência humana desde os tempos remotos. É a amálgama de sentimentos que brotam da alma e nos fazem convergir para uma regência maior que é Deus.
Se traduz pelos nossos hábitos, tradições, religião, o cheiro da terra, os marcos de saudade da infância, do “vô”, “vó”, do papai, mamãe, irmãos, tios, primos, sobrinhos e netos...
Estabelece-se, por falarmos a mesma língua, respirarmos o mesmo ar. Pelo o orgulho de sermos brasileiros e cantarmos o mesmo hino nacional do Oiapoque ao Arroio Chuí. Concretiza-se, enfim, pela nossa origem. Podemos dizer que existem, no Brasil, duas nações: a indígena e a negra, estando por sobre elas, soberanamente, a Nação Brasileira.
Por isso, é tempo de um novo tempo, de União, e não de canibalizar o país nem o novo presidente com o divisionismo, isto é, nordestinos e sulistas de um lado, bolsonaristas e petistas de outro, e depois o resto do país...
Nada disso! O circo desarmou.
O que de fato devemos fazer é esquecermos as desavenças pontuais, sermos mais brasileiros e menos americanos, venezuelanos, bolivianos, peruanos, angolanos. O nosso piso é aqui. Deixemos, então, alhures, os problemas dos vizinhos, ou da zanga que restou da trava política recente, porque temos pressa na reconstrução dessa pátria que foi se estragando ao longo de tantos desgovernos.
Somos iguais e precisamos nivelar todos os nordestinos aos que habitam outras regiões do País, gerando emprego através de programas de governo ou pela iniciativa privada.
Conclamamo-los a serem parceiros do progresso e não da miséria nacional, eliminando a esmola do bolsa-família e alojando-os no altar da sociedade de consumo, como, aliás, estão fazendo a China e a Índia, ambos países emergentes como o Brasil.
Vamos dar um tranco, corajosamente, nos problemas fundantes nacionais, como o combate às doenças tropicais, como a malária a lepra, a leishmaniose, e outras – sem contar no desespero da fome... Não deixemos de gritar pelos aflitos das favelas, das palafitas, e dos vãos das ruas.
Não sejamos omissos ante a frouxidão de governantes, que se quedam complacentes quando candidatos, mas quando se instalam, desviam recursos públicos cruelmente, sem levar em conta as verdadeiras prioridades e a dor dos que votaram.
A esperança é que se possa transformar os nossos pobres em brasileiros, isto é, guerreiros que repudiem a esmola como forma de viver.
Não queremos que amanhã os nossos irmãos ainda excluídos tenham vergonha de contar a sua história, por terem sido um esmoler do Estado.
Queremos, sim, unir sentimentos de negros, índios, brancos, pardos, nordestinos, favelados, para não sucumbir e serem verdadeiramente cidadãos e não pedintes, posto que o país é construído com as mãos dos vencedores, e não queremos mais, neste chão, os vencidos pelo cabresto intolerável do bolsa família, ou qualquer tipo de bolsa-esmola.
Na prática, deixemos o chão de nosso país ser molhado pelo suor de nosso rosto, dignificando-nos com o trabalho e não como lixo a ser consumido pelo tempo, como vem sendo até agora.
É tempo de recomeçar. Que assim Deus nos permita.
Amém.