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porto velho, sábado 23 de novembro de 2024
RONDÔNIA - Período de carnaval se aproximando e com ele a possibilidade de
distração e dias prolongados longe da rotina, inclusive a alimentar. Por
isso, a preocupação de profissionais que atuam em órgãos de Saúde e de
fiscalização sanitária. Vanessa Ezaki, gerente técnica de vigilância
sanitária da Agência Estadual de Vigilância em Saúde do Estado de
Rondônia (Agevisa) explica que a atenção maior é com o manuseio e a
conservação dos alimentos, questões fundamentais que podem tanto
facilitar o surgimento quanto evitar surtos alimentares. “O primeiro
cuidado que o folião deve ter é com as condições de higiene do vendedor e
do local em que comercializa os produtos”, alerta.
A gerente ressalta a importância de cuidados básicos, que infelizmente são pouco observados por pessoas que comercializam principalmente bebidas e alimentos essa época do ano, como o vendedor ter que usar sapato fechado, avental e touca, no momento da comercialização. “Outro critério que deve ser observado é se o vendedor não manipula dinheiro com a mesma mão que o alimento”, lembra.
A gerente técnica chama a atenção ao fato de que em épocas festivas é comum o aumento do comércio ambulante de alimentos, ou seja, podem ser pessoas que não atuam na área e se aventuram para tentar ganhar um dinheiro extra no período dedicado à folia e que, portanto, podem não ter conhecimento de normas de higiene que podem evitar surtos alimentares. “Por isso cabe ao folião fazer a melhor escolha que vai contribuir com sua saúde”, alerta Vanessa. Para colaborar com as informações, a gerente, que também é biomédica, citou uma série de cuidados que podem ser observados no momento de comercializar alimentos. Confira:
Os vendedores precisam usar sapato fechado, avental, gorro ou touca na cabeça. “O ideal seria o vendedor, se for de alimentos, usar máscara, pois ele é o que mais entra em contato com o alimento, para evitar lançar saliva e microrganismos sobre o que pretende vender”, diz.
Em caso de vendedores ambulantes, que encontram dificuldades para lavar as mãos, a técnica sugere a utilização de álcool 70%, que é importante ter nas proximidades do local de comercialização.
Salgadinhos precisam ser conservados em estufas, com no mínimo 60 graus de temperatura. “Não é recomendável comprar salgados ou outro tipo de alimento condicionado em isopor”, recomenda.
A gerente chama a atenção, também, ao consumo de maionese, campeã no
ranking de alimentos que mais favorece os distúrbios alimentares. “Se
for consumir maionese dê preferência às embaladas em sachês
industrializados”, diz.
BEBIDAS
Para o consumo da caipirinha, tradicional bebida alcoólica, que mistura cachaça com limão e gelo, as observações são muitas. “Na nossa região é comum a comercialização da bebida da maneira mais artesanal possível: embaladas em saquinhos e refrigeradas em isopor e isso é um perigo para a saúde”, enfatiza. “O isopor possui a superfície porosa, que facilita a proliferação de microrganismos, o ideal seria o uso de bolsas isotérmicas, que são de fácil higienização e lavagem”, destaca.
Ainda há outros alertas para o consumo de caipirinhas, que o consumidor não tem certeza de como e quando foi preparada a bebida. É que o consumidor não tem ideia qual a procedência da água, do gelo e como o limão foi manuseado. “Há muitos riscos envolvidos, por isso orientamos o consumo de bebidas industrializadas”, afirma.
Mas até para a bebida industrializada precisa cuidado antes do consumo: “O ideal seria observar a data de validade da bebida e se ela não tem a capinha protetora, higienizar a borda pelo menos com guardanapo”.
Para os vendedores cabe à responsabilidade de lavar as embalagens antes de gelar. “Esse cuidado é extremamente necessário, para retirar os microrganismos que se acumularam no processo de embalagem e estoque da bebida”, destaca.
Também cabe ao vendedor, o cuidado de proteger os alimentos contra insetos e poeira. “E o folião deve observar se a embalagem está enferrujada, suja, estufada, amassada e com vazamentos. Se observar qualquer alteração, não consuma”, alerta.
Vanessa Ezaki lembra que surtos alimentares acontecem porque em alguma etapa faltou higiene das pessoas envolvidas com a comercialização ou consumo dos alimentos e bebidas. “A regra geral é: observar os procedimentos alimentares e a higiene do vendedor e do local. O folião precisa fazer minimamente sua parte de higiene antes de consumir o produto e se perceber algo errado ou dúvida quanto à procedência, não consuma e se possível denuncie ao órgão de Vigilância Sanitária local”, orienta.