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porto velho, domingo 7 de dezembro de 2025

O My Fucking Comedy Club, casa de shows de Danilo Gentili, tornou-se palco de um esquema de irregularidades e possíveis crimes. Segundo investigação avançada conduzida pelas equipes fiscal e jurídica de Gentili, comandadas pelo advogado Maurício Bunazar, o principal responsável seria o gerente Bruno Lambert, que, segundo relatos, teria confessado parte do esquema em conversas registradas por funcionários. A suspeita foi reforçada por levantamentos fiscais e monitoramentos financeiros. Toda a apuração aponta movimentações irregulares desde abril de 2023, embora Lambert tenha admitido apenas a partir de junho de 2024.
Em 2025, Gentili decidiu revisar a contabilidade da empresa após se deparar com informações que considerou inconsistentes. O gerente Bruno Lambert, tratado como amigo próximo, reagiu à mudança de forma enérgica, o que acendeu o alerta entre os envolvidos na administração da casa.
Um dos primeiros indícios concretos de apropriação indevida surgiu durante um show do humorista Rogério Morgado. Um atendente comemorou ter vendido 17 ingressos na porta, mas o relatório oficial registrava apenas 3. Lambert, de acordo com funcionários, teria repreendido o colaborador por mencionar o número em voz alta.
A partir desse episódio, Gentili e seu produtor pessoal, Adriano Almeida, passaram a acompanhar os registros com maior rigor e, segundo a apuração, há indícios consistentes de que Lambert não apenas desviava dinheiro da empresa, mas também de colegas comediantes que se apresentavam no local manipulando valores de bilheteria e ficando com a diferença.
Com o tempo, surgiram inconsistências ainda maiores. Enquanto afirmava aos donos do negócio que todas as contas estavam em dia, o monitoramento financeiro mostrava o contrário. Registros de conversa indicam que ele negava a existência de uma segunda maquininha, embora extratos de clientes comprovassem o oposto. Em outras ocasiões, dizia aos proprietários que os funcionários estavam com os pagamentos em dia, enquanto os próprios funcionários relatavam atrasos e situações suspeitas.
Para os funcionários, Lambert dizia que Danilo não autorizava pagamentos sendo que Lambert tinha acesso total às contas. Para Danilo, afirmava que estava tudo quitado. Sempre que confrontado, apresentava justificativas diferentes: falhas de débito automático, problemas bancários ou erros técnicos.
Segundo registros, um profissional de segurança do comedy, que deveria receber R$ 400, recebeu transferência de R$ 1.400,00. Em seguida, Lambert teria pedido que o valor extra fosse devolvido diretamente para sua conta pessoal. O policial recusou e devolveu o excedente para a conta oficial da empresa. O episódio foi considerado o estopim para desvendar um esquema mais amplo.
Havia ainda salários superfaturados para alguns colaboradores, depósitos aleatórios feitos com frequência, uso de maquinas de cartão paralelas para desviar pagamentos na porta e até relatos de desvios de comida e bebida, supostamente usados em viagens e festas pessoais.
Segundo a apuração, houve uso de máquinas de cartão particulares: enquanto o comedy utilizava equipamentos específicos, Lambert operava equipamento próprio, registrando pagamentos fora do caixa oficial em diversos dias de funcionamento.
Também há relatos de que Lambert se aproveitava da ingenuidade de alguns funcionários, pedindo que pagassem fornecedores com seus cartões pessoais. Depois, reembolsava esses valores pela conta da empresa com acréscimos, exigindo que o excedente fosse devolvido diretamente ao seu PicPay pessoal.