Depois da repercussão envolvendo o cantor sertanejo Zezé Di Camargo, que gravou um vídeo direcionado à bolha bolsonarista com ataques às filhas de Silvio Santos por convidarem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para eventos de lançamento do SBT News, o episódio passou a produzir efeitos políticos dentro da própria família.

O cantor gospel Wellington Camargo anunciou filiação ao Partido Liberal (PL), l egenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, e confirmou que será candidato a deputado federal por Sergipe nas eleições de 2026.

Filiação ao PL e estratégia eleitoral

Wellington afirma que o interesse pela política é antigo e que sua eventual atuação no Congresso Nacional teria como eixo central o combate à violência e a defesa de políticas públicas voltadas ao nordeste.

Segundo o cantor, sua pré-candidatura integra uma estratégia do PL para ampliar a bancada da legenda no Congresso e fortalecer o palanque eleitoral em Sergipe, com foco no apoio às candidaturas de Rodrigo Valadares ao Senado e de Flávio Bolsonaro à Presidência da República.

Violência como motivação pessoal

A trajetória pessoal de Wellington Camargo é marcada por um episódio de violência que teve ampla repercussão nacional. Em 1999, ele foi sequestrado e permaneceu em cativeiro por 96 dias, período em que sofreu mutilação física ao ter parte da orelha cortada pelos criminosos. O caso se tornou um dos sequestros mais emblemáticos do país à época.

A experiência é apontada como uma das motivações para sua entrada na política, com o discurso de enfrentamento à criminalidade e fortalecimento das políticas de segurança pública.

Passagem pela política e foco no nordeste

Wellington Camargo já teve passagem pela vida pública entre 2002 e 2006, quando exerceu mandato como deputado estadual na Assembleia Legislativa de Goiás. Caso seja eleito deputado federal, ele pretende priorizar a atração de investimentos, a geração de empregos e o fortalecimento da economia nordestina, com foco especial no estado de Sergipe.

O cantor também costuma recorrer à história de sua família, retratada no filme Dois Filhos de Francisco, como exemplo de superação e mobilidade social, narrativa que tem sido incorporada ao discurso político.

Polêmica envolvendo Zezé Di Camargo

A movimentação política ocorre em meio à repercussão negativa causada por Zezé Di Camargo, que passou a criticar publicamente a presença do presidente Lula e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, na inauguração de um canal de notícias do SBT. Após o episódio, o cantor chegou a solicitar o cancelamento de um especial de Natal que havia gravado para a emissora.