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    porto velho, quinta-feira 31 de julho de 2025

Chegada da seca deixa Rondônia em alerta com inferno das queimadas

Nas últimas semanas, focos de incêndio começaram a surgir na zona rural de Porto Velho, relatam moradores de condomínios na Estrada da Penal...


Redação

Publicada em: 30/07/2025 10:00:54 - Atualizado

Imagem: MP

PORTO VELHO (RO) – Agosto se aproxima e, com ele, retorna o período mais crítico das queimadas em Rondônia. O que ainda parece tímido nos arredores da capital já carrega o prenúncio de um problema que se repete todos os anos: ar poluído, florestas em chamas e risco crescente à saúde pública.

Nas últimas semanas, focos de incêndio começaram a surgir na zona rural de Porto Velho, relatam moradores de condomínios na Estrada da Penal. Pequenos em número, mas suficientes para anunciar a chegada do tempo da fumaça. A prefeitura já emitiu alertas e promete aplicar multas que podem ultrapassar R$ 10 milhões aos responsáveis por queimadas ilegais. Até agora, cinco pessoas foram presas em flagrante por crimes ambientais, mas o fogo continua avançando.

No estado vizinho, o Acre, cidades como Rio Branco já enfrentam cenários de emergência ambiental, com o ar carregado por fumaça densa e qualidade do ar em níveis perigosos. Esse material particulado não respeita divisas e, em poucos dias, a nuvem tóxica atinge também Porto Velho e outras regiões de Rondônia, afetando principalmente crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios.

Apesar das campanhas educativas promovidas pelo Governo de Rondônia e de apelos de autoridades ambientais, os índices continuam alarmantes. No ano passado, o Brasil bateu o recorde de queimadas em 14 anos: mais de 30 milhões de quilômetros quadrados de áreas atingidas, um aumento de 79% em relação a 2023. Rondônia também registrou seu pior resultado desde 2010, com 7.282 focos de incêndio entre janeiro e setembro de 2024.

As consequências vão muito além da destruição da vegetação. O impacto direto recai sobre o sistema de saúde, que sofre com a alta de atendimentos relacionados a doenças pulmonares. Hospitais registram aumento de internações, sobretudo de crianças com crises de bronquite e idosos com agravamento de quadros respiratórios crônicos.

Especialistas alertam que o combate às queimadas precisa ir além das penalidades. É necessário ampliar a fiscalização no campo, responsabilizar de forma efetiva os autores e manter ações permanentes de conscientização.

Agosto chega como todo ano, mas não pode ser tratado como rotina. A fumaça que encobre o céu é o reflexo de crimes ambientais que ameaçam vidas e colocam em risco o patrimônio natural da região. O desafio é conter o avanço do fogo antes que o estado entre, mais uma vez, em colapso ambiental.


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