Bruno Mendes de Jesus, de 30 anos, empresário natural de Rondônia, tornou-se réu após a Justiça Federal aceitar denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF). Ele foi flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em agosto deste ano, transportando 103 quilos de ouro sem documentação legal, em Boa Vista (RR).

Segundo o MPF, o metal precioso, avaliado em aproximadamente R$ 61 milhões, foi encontrado escondido em compartimentos de uma caminhonete Hilux conduzida por Bruno, que viajava com a esposa e o filho de nove meses. 

As investigações apontam que o ouro pode ter sido extraído de garimpos clandestinos situados em áreas de proteção ambiental e terras indígenas.

A denúncia destaca que o empresário deve responder pelos crimes de usurpação de bem da União, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Outras pessoas ligadas ao transporte e à comercialização do ouro também são investigadas, e o MPF não descarta o envolvimento de mais suspeitos.

A operação foi conduzida com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do 2º Ofício da Amazônia Ocidental, responsável por apurações de crimes ambientais e mineração ilegal.

Bruno permanece preso na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, após ter o pedido de liberdade negado pela Justiça. 

A defesa afirma que ele é um trabalhador do setor mineral e que atua em atividades “de tensão regulatória”, mas que representam o sustento de muitas famílias na região amazônica.