Caixa começa a financiar imóveis a partir de hoje com novas regras
Além da ampliação do teto, medida permite uso do FGTS em imóveis mais caros; banco já tinha aumentado para 80% a cota do financiamento
Ana Vinhas
Publicada em: 20/10/2025 09:06:57 - Atualizado
BRASIL: O financiamento de imóveis com o novo limite que passou de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões começa a valer a partir desta segunda-feira (20), na Caixa Econômica Federal. A medida faz parte de pacote lançado pelo governo federal que muda o uso da poupança para facilitar a compra da casa própria.
Pela nova regra, famílias com renda acima de R$ 12 mil poderão financiar imóveis de até R$ 2,25 milhões, com juros limitados a 12% ao ano.
A Caixa já havia começado a oferecer na última semana o crédito habitacional com financiamento de 80% do valor do imóvel, com entrada de 20%. Antes era de até 70%, com entrada de 30%.
O foco das mudanças é atender famílias de classe média que não se enquadram em programas como o Minha Casa, Minha Vida. Com isso, imóveis de médio e alto padrão são incluídos nas regras do SFH (Sistema Financeiro da Habitação), que têm juros menores e permitem o uso do FGTS.
Segundo a Caixa, a expectativa é impulsionar o setor imobiliário e viabilizar mais de 80 mil novos financiamentos até 2026.
O que mudou
O teto de valor dos imóveis financiados pelo SFH passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões
Com juros de até 12% ao ano
Uso do FGTS no financiamento é ampliado com o novo teto de R$ 2,25 milhões
Mudanças beneficiam famílias com renda mensal acima de R$ 12 mil
Financiamento de 80% na modalidade SAC (Sistema de Amortização Constante), em que as parcelas vão diminuindo ao longo do tempo. A entrada passa para 20% do valor do imóvel.
Já na tabela Price, em que as parcelas são sempre iguais, mas com juros mais altos, o valor financiado é de 70%, com entrada de 30% do valor do imóvel.
O novo modelo muda a forma como os bancos utilizam os recursos da poupança para conceder empréstimos imobiliários. Hoje, 65% dos depósitos precisam ser destinados ao crédito habitacional.
Com as novas regras, esse percentual chegará gradualmente a 100%, sendo que 80% deverão ser obrigatoriamente voltados para imóveis dentro do SFH
Para usar o FGTS
O saldo do FGTS ou os créditos futuros da conta podem ser utilizados para pagamento da casa própria.
Como entrada, reduzindo o valor a ser financiado
Para amortizar o saldo devedor, diminuindo parcelas ou prazo
Para pagar parte das prestações, aliviando o orçamento mensal
Passo a passo para pedir o financiamento
Reunir documentos: comprovantes de renda, identidade e declaração de imposto de renda
Fazer simulação online no site da Caixa
Procurar uma agência com os dados em mãos para negociar o financiamento
Condições
Para o comprador
É preciso ter no mínimo três anos de trabalho sob o regime do FGTS, somando-se os períodos trabalhados, consecutivos ou não, na mesma ou em empresas diferentes.
Não possuir financiamento ativo no Sistema Financeiro de Habitação, em qualquer parte do país.
Não ser proprietário de imóvel residencial urbano ou de parte residencial de imóvel misto
Para o imóvel
Valor da avaliação deve ser de até R$ 2.250.000,00 para todos os estados brasileiros, no caso de uso do saldo do FGTS na entrada da contratação
No caso de uso de créditos futuros do FGTS o valor de avaliação é limitado de acordo com o enquadramento da operação
Ser de propriedade do proponente o terreno objeto da construção do imóvel, no caso de construção sem aquisição de terreno
Ser residencial urbano
Destinar-se à moradia do titular
Apresentar, na data de avaliação final, plenas condições de habitabilidade e ausência de vícios de construção
Não ter sido objeto de utilização do FGTS em aquisição anterior, há menos de 3 anos
Pode usar o FGTS para
Imóvel comercial;
Imóvel rural;
Reformar ou aumentar seu imóvel;
Comprar terrenos sem construção ao mesmo tempo;
Comprar material de construção;
Imóveis residenciais para familiares, dependentes ou outras pessoas.
Mercado
A Caixa lidera o crédito imobiliário, com 66,8% do mercado. Em 2024, o banco alcançou o valor de R$ 223,6 bilhões em contratações, maior volume já registrado em um único ano.
No primeiro semestre de 2025, atingiu R$ 875,5 bilhões no saldo da carteira de crédito e 369,1 mil imóveis financiados.