PORTO VELHO (RO) – A Câmara Municipal de Porto Velho aprovou, nesta semana, uma Moção de Louvor ao presidente da Federação de Futebol do Estado de Rondônia (FFER), Heitor Costa, proposta pelo vereador Nilton Souza. A homenagem, segundo o parlamentar, reconhece “a trajetória de vida e contribuição de quase quatro décadas” do dirigente à frente da entidade.

A Federação, fundada em 29 de outubro de 1944, completou 81 anos nesta quarta-feira (29). Desses, cerca de quase 40 estão sob o domínio de Costa, que transformou o comando da instituição em uma espécie de cadeira cativa (vitalícia) do futebol rondoniense.

Nilton Souza destacou que a honraria é “muito merecida”, ressaltando a dedicação do homenageado ao esporte. Entretanto, fora das paredes do Legislativo, o tom é outro. Parte da comunidade esportiva questiona a falta de alternância de poder e se há motivos para comemoração. Afinal, enquanto outros estados revelam talentos e fortalecem seus campeonatos regionais, o futebol de Rondônia patina — pelo falta de um estádio de futebol e ad competições, quando têm, mal despertam o interesse do público.

Críticos apontam que o comando vitalício da federação se tornou um dos principais entraves para a modernização do esporte no estado. Para muitos, quatro décadas de gestão contínua são mais sinal de estagnação do que de progresso.

A homenagem, portanto, soa irônica e próxima da bajulação: uma moção de louvor ao imobilismo, um gol contra da renovação. Rondônia segue sem títulos expressivos, sem visibilidade nacional e sem oxigenação administrativa. Mas, pelo visto, quando o assunto é alternância de poder, o jogo continua empatado — e sem prorrogação à vista.