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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
A pesar de ser mais frequentemente relacionada ao público adulto, a AIDS também afeta crianças e pré-adolescentes. A principal causa de infecção pelo HIV entre a população com menos de 13 anos é a transmissão vertical, que ocorre quando a mãe soropositiva transfere o vírus ao filho durante a gestação, parto ou amamentação.
Para evitar o contágio, a detecção do vírus em gestantes é fundamental. As futuras mães devem fazer exames para identificar a presença do HIV durante o pré-natal no primeiro e terceiro trimestres da gestação. Mulheres sem acesso ao pré-natal podem fazer o teste no momento do parto. É importante que as parcerias sexuais das mulheres grávidas também sejam submetidas aos exames. Todos os diagnósticos são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).Cuidados
Mesmo se estiver infectada pelo HIV, adotar as medidas recomendadas durante pré-natal, parto e amamentação deixam mínimas as chances de infecção: menos de 2%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, sem as recomendações, a probabilidade é estimada em 15% a 45%.
“As gestantes que forem diagnosticadas com HIV durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos antirretrovirais durante toda a gestação e, se orientado pelo médico, também no parto. O tratamento previne a transmissão vertical do HIV para a criança”, disse a diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) do Ministério da Saúde, Adele Benzaken.
Além disso, toda mãe soropositiva é orientada a não amamentar, uma vez que o aleitamento materno é uma das principais causas da transmissão vertical. Nesses casos, a criança tem o direito de receber do SUS a fórmula láctea infantil até completar, pelo menos, seis meses de idade.
Redução
Entre 2000 e junho deste ano, mais de 116 mil casos de gestantes infectadas com o HIV foram registrados no Brasil. De 2012 para cá, a Rede Cegonha, por exemplo, já distribuiu mais de 17 milhões de exames para detectar o vírus.
Com a ampliação do atendimento, tem sido possível reduzir consideravelmente os casos de transmissão vertical. A taxa de detecção de AIDS em crianças menores de cinco anos caiu de 3,5 casos a cada 100 mil habitantes, em 2007, para 2 casos a cada 100 mil habitantes, em 2017.
Além dos exames, a oferta gratuita de antirretrovirais no SUS também tem sido fundamental nesse processo. “Cada vez mais, o governo tem ampliado o acesso desses medicamentos para as pessoas que estão nos rincões do País, nos locais mais distantes”, afirmou o presidente da ONG Amigos da Vida, Christiano Ramos, que atua na promoção e defesa dos direitos humanos de pessoas vivendo com HIV/AIDS. “Isso foi fundamental para mudar esse panorama.”.