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    porto velho, quinta-feira 26 de junho de 2025

"Mendigos Profissionais" embolsam até R$ 2 mil por mês pedindo nas ruas

Os pedintes disseram lucrar em tono de R$40,00 a R$ 50,00 diários e, em alguns casos, até o dobro disso.


Rondonotícias

Publicada em: 09/04/2022 08:11:53 - Atualizado


PORTO VELHO-Fingir-se de mendigo em Porto Velho é um "emprego" que adultos, crianças estão usando para arrecadar dinheiro de pessoas com boa índole nas esquinas e portas de estabelecimentos comerciais. O que pouco se sabe é que estas pessoas podem ter uma vida melhor que um trabalhador.

Em um giro pela região central a reportagem do Rondonotícias constatou que uma pessoa “empenhada” no ofício da mendicância pode faturar até R$ 2 mil por mês. Detalhe: atuando apenas de segunda a sexta, ganhando até R$ 100 por dia.

Os pedintes disseram lucrar em tono de R$40,00 a R$ 50,00 diários e, em alguns casos, até o dobro disso. É mais que o salário médio pago ao trabalhador com carteira assinada.

Morando há poucos meses na rua, o venezuelano Alex disse que encontrou nos semáforos uma forma de ajuda. Na Venezuela não havia emprego e não vivia bem

“Pelo menos aqui no semáforo passa alguém para dar alguma ajuda. Viver na rua não é uma boa situação para minha família, mas o que recebemos pedindo dá ao menos para conseguimos comida para crianças e dinheiro para o aluguel”.

Com um problema de saúde o desempregado Luís Carlos de Souza, 44 anos disse que tem dificuldades de trabalhar desde que perdeu um braço em decorrência de uma picada de cobra em Mato Grosso.

Ele explica que sofre de dores constantes e que precisa tomar remédio, embora já apresente outros problemas de saúde ocasionados pelo ataque da serpente e que por isso pede dinheiro na porta do banco

“O povo de Rondônia é bom e bastante caridoso as esmolas variam, chego a ganhar mais de 50,00 por dia”, afirma o pedinte de 60 anos natural da Bahia que pede esmolas na região central.

Morando perto da Rodoviária, o venezuelano Luiz conta que mesmo estando nas ruas tem conseguido sobreviver com a caridade das pessoas. “Na Venezuela até se encontra comida, mas em pouca quantidade. A situação está cada dia pior lá, e sem emprego. Aqui eu consigo pedir nos semáforos e tirar o necessário para a sobrevivência”.

O guardador e flanelinha de sinal, Cledson de Souza(21), diz que o trabalho de mendicância é a única forma encontrada para sustentar a família na compra de cestas básicas. “Fico pedindo nos sinais, para ajudar os meus pais e irmãos. É daqui que eu consigo tirar cerca de mil reais por mês pedindo 5 horas por dia”, contou


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