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    porto velho, domingo 24 de novembro de 2024

Núcleo de Saúde Ocupacional para servidores visa combater transtornos


Rondonoticias

Publicada em: 08/06/2018 16:21:16 - Atualizado

RONDÔNIA - Um levantamento feito pela Gerência de Provimento, Avaliação e Saúde Ocupacional da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) deu conta de que, em 2015, os motivos dos adoecimentos, afastamentos e readaptação de profissionais da área da Educação apresentavam 46% de doenças ósseo musculares (com lesões em articulações como joelhos, mãos, ombros e coluna) e 22% de transtornos mentais relacionados ao trabalho (depressão, pânico, transtorno de estresse pós traumático, ansiedade em níveis elevados).

“Quando a gente observou esses dados, veio a preocupação do governo em atender os profissionais com atenção especial a essas necessidades. Foi assim que, em 2016, o Núcleo de Saúde Ocupacional foi criado, e desde então temos trabalhado com o nosso pessoal multiprofissional, não só com a prevenção, mas cuidando do aspecto corretivo também. Uma política de saúde no trabalho. Temos parceiros na área jurídica, de assistência de saúde e educação que nos oferecem serviços que atendem aos nossos servidores”, conta a psicóloga do núcleo, Elizete Gonçalves.

Todas as 18 Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) no interior do estado contam com uma equipe do núcleo, atendendo aos servidores com várias atividades de saúde preventiva. Em Porto Velho, a gerência tem parceria com todos os tribunais, com a Secretaria Estadual de Saúde, por meio da Policlínica Oswaldo Cruz, para a realização de exames e consultas. A atualização vacinal dos servidores é feita duas vezes ao ano – com pontos de atendimento na sede, regionais e escolas.

“Nos dias últimos dias 29 e 30 de maio, tivemos em Cacoal o Encontro Estadual de Saúde Ocupacional. O evento é realizado duas vezes por ano, onde reunimos todos os representantes do estado e fazemos também treinamento, oferecendo ferramentas para que eles possam replicar o conhecimento no trabalho realizado em suas bases”. Segundo a psicóloga, o ano de 2017 foi o ápice de todas os projetos trabalhados desde a implantação do núcleo. Foram atendidos no interior de Rondônia 13.583 profissionais, e na capital foram 10.831 atendimentos.

Xô sedentarismo

Alongamento e atividade ritmada dão energia ao dia dos que participam da ginástica

A ginástica laboral é o carro chefe das atividades realizadas pelo núcleo. Elizete afirma que a maioria das escolas estaduais já aderiu. “Os nosso profissionais, principalmente os professores, tem muitos problemas causados pelos movimentos repetitivos, o sedentarismo, a obesidade. Então nossos professores de Educação Física de cada escola, na CRE e aqui na sede da Seduc e nas regionais, tem feito a ginástica laboral com 15 minutos de alongamento e atividade ritmada. O interessante é que o exercício gera a interação entre os servidores e dá ânimo para o trabalho. Este mês de junho faremos a atividades com músicas de festa junina, já preparando para a nossa quadrilha da Seduc no final do mês”, revela.

Psicologicamente, há profissionais prejudicados por não saberem como enfrentar suas questões pessoais, as dificuldades no trabalho, há pessoas dependentes químicas, envolvidas com o alcoolismo, e as atividades são desenvolvidas para evitar o uso de estratégias de escape equivocadas, além de encaminhar para o atendimento especializado dos parceiros. “Recentemente a Polícia Militar nos procurou e eles estão vindo aprender conosco para implantar o núcleo lá também, tão grande o sucesso das nossas ações. O nosso desafio deste ano é o programa de preparação para a aposentadoria e envelhecimento saudável. O lançamento já foi feito em dezembro de 2017 e agora estamos organizando para oferecer o primeiro módulo em julho”.

Aposentadoria consciente

Elizete se orgulha da credibilidade que o núcleo conquistou

Sobre o programa para aposentadoria, a psicóloga explica que terá duração de dois anos, para os servidores da educação que têm mais de 45 anos e que estejam quatro anos próximo de se aposentar. Estamos inscrevendo, a princípio, cerca de 200 servidores. Serão dois encontros por ano, cada um com dois módulos de aprendizagem e total 48 horas ao final dos dois anos, passando por oito módulos.

“O que temos percebido é que, quando chega na hora se aposentar o servidor não tem mais dinheiro – porque fica tudo nos empréstimos, ou não tem mais saúde. Ele fica sem perspectiva e não sabe o que fazer depois de anos dedicados ao trabalho. Cada módulo de aprendizado tem uma referência de preparo na hora do desligamento do trabalho, e cada um vai criar o seu novo projeto de vida”.

Por fim, Elizete enfatiza que, pelo trabalho desenvolvido, o núcleo conquistou a credibilidade por parte dos profissionais, que tem procurado o serviço diretamente na Seduc. “Estamos instalando o plantão psicológico, em um espaço apropriado para o atendimento no térreo da sede da Seduc, e já criamos uma ferramenta para mapear adoecimento dos servidores”. Através do preenchimento de um formulário de pesquisa para servidores afastados e readaptados, eles serão encaminhados para entrevista com o médico da equipe ou com a psicóloga, falando sobre a condição de afastamento ou readaptação.

“Com essas informações teremos condições de mapear quais são os motivos reais desses problemas e elaborar intervenções tanto com os que estão em processo de afastamento quanto com os readaptados, para que eles sejam encaminhados para desempenhar as suas funções conforme as suas funcionalidades. Além disso estamos com o projeto de peso saudável, que logo será implantado. Tudo para a melhoria e qualidade de vida dos nossos profissionais”.


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