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Médica é indiciada por homicídio culposo em caso de bebê que foi dado como morto em Ariquemes, RO

Acusada não constatou que mulher estava grávida. Bebê dado como morto apresentou sinais vitais já na funerária, mas morreu dias depois.


G1

Publicada em: 22/10/2022 09:37:29 - Atualizado


ARIQUEMES, RO - A Polícia Civil de Ariquemes (RO) concluiu o inquérito sobre o caso do recém-nascido que foi dado como morto, mas apresentou sinais vitais quando já estava na funerária e acabou morrendo dias depois. Uma médica foi indiciada por homicídio culposo.

O caso aconteceu em dezembro de 2021, quando a médica acusada fez o primeiro atendimento a uma jovem de 18 anos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A mulher chegou à unidade de saúde sem saber que estava grávida e reclamando de fortes dores. Ela foi medicada e liberada para voltar para casa, sem a constatação da gravidez.

Na mesma noite, as dores aumentaram e a jovem, que estava no sexto mês de gestação, teve o bebê em casa em um parto normal. Junto da mãe, a jovem levou o bebê para o Centro de Parto Normal, anexo ao Hospital Municipal, onde outra médica atestou a morte da criança.

Um agente funerário que iria preparar o corpo do recém-nascido para o enterro observou que o bebê ainda estava vivo e o levou de volta para o hospital. O menino, que recebeu o nome de Augusto, morreu após duas semanas internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal.

"Após a notícia do nascimento da criança que nasceu morta, e na manhã seguinte foi verificado que ela estava viva e após 14 dias ela veio a falecer, foi instaurado um inquérito policial e todos os envolvidos foram ouvidos pela delegacia e foi concluído que houve uma falha na prestação de serviço de atendimento à criança. Após várias diligências, foi feita a reprodução simulada dos fatos, foi feita a exumação e ficou constatado que houve uma falha. Uma médica foi indiciada por homicídio culposo", explicou o delegado Joas da Silva Gomes.

Por meio de nota, o Ministério Público informou que a Promotoria de Justiça de Ariquemes recebeu o inquérito policial, com mais de 600 páginas.

A defesa da família do bebê entrou com uma ação na Justiça contra o Município.

A prefeitura de Ariquemes se manifestou por meio da assessoria de comunicação e informou que a Secretaria de Saúde do Município ainda não foi notificada sobre o indiciamento da médica e que foi instaurado um processo administrativo interno. A prefeitura também não informou se a médica ainda faz parte do quadro de servidores do Município.


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