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    porto velho, sábado 19 de julho de 2025

Esteticista não pode aplicar botox e fazer microagulhamento


Redação

Publicada em: 17/07/2025 09:00:33 - Atualizado

BRASIL: A 6ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal negou o pedido de uma esteticista para obter licença sanitária para uso de toxina botulínica (botox) e microagulhamento em procedimentos estéticos. A decisão manteve a sentença que negou mandado de segurança contra ato da Diretoria de Vigilância Sanitária do Distrito Federal.

A profissional, formada em curso superior de Estética e Cosmetologia, teve seu pedido de licença sanitária negado em setembro de 2024. A recusa baseou-se na Nota Técnica 2/2024 da Anvisa, que classifica os procedimentos como invasivos e restritos a médicos.

A esteticista argumentou que possui qualificação adequada, com especializações em harmonização facial, e que a restrição viola seu direito constitucional ao livre exercício profissional. Ela alegou ainda que a nota técnica da Anvisa é insuficiente como fundamento legal e que a própria agência suspendeu o ato administrativo. E sustentou que procedimentos como aplicação de toxina botulínica e microagulhamento estão dentro de sua competência profissional, desde que respeitados os limites de segurança e a formação adequada.

O relator da matéria, desembargador Leonardo Roscoe Bessa, destacou que o ato administrativo foi editado em conformidade com a legislação vigente. Segundo sua fundamentação, os “esteticistas e técnicos em estética só podem utilizar os cosméticos como insumos de trabalho. A administração/aplicação de medicamentos por esses profissionais é vedada pela legislação vigente”.

A decisão enfatizou que a toxina botulínica é considerada medicamento administrado de forma injetável, enquanto o microagulhamento é classificado como procedimento invasivo.

O colegiado ressaltou que a Lei 13.643/2018 delimita claramente as competências dos esteticistas e que esses profissionais devem utilizar apenas produtos cosméticos e equipamentos devidamente registrados na Anvisa. Os desembargadores explicaram que limitações ao exercício profissional são possíveis quando se trata de atividades com potencial lesivo à saúde pública, desde que devidamente respeitado o princípio da reserva legal. A decisão foi unânime.




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