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Israel manda palestinos que trabalham no país de volta à Faixa de Gaza: “Cortando todos os contatos”

O gabinete também disse que acabar com os fundos destinados à Faixa de Gaza, incluindo o financiamento da Autoridade Palestina


CNN

Publicada em: 03/11/2023 10:12:57 - Atualizado

MUNDO: Israel mandou milhares de moradores da Faixa de Gaza que trabalham no país de volta ao território palestino nesta sexta-feira (3), conforme anunciado pelo Gabinete de Segurança de Israel na quinta-feira (2).

Os trabalhadores atravessam a fronteira ao longo desta sexta-feira, cruzando a passagem de Kerem Shalom, localizada na junção da fronteira entre Egito, Faixa de Gaza e Israel. O número exato de palestinos que retornaram à Faixa de Gaza não foi informado.

Antes dos ataques terroristas e dos sequestros do Hamas em 7 de outubro, cerca de 18 mil habitantes da Faixa de Gaza tinham autorização para entrar em Israel e trabalhar, onde poderiam ganhar significativamente mais.

“Israel está cortando todos os contatos com Gaza. Não haverá mais trabalhadores palestinos. Os trabalhadores que estavam em Israel no dia da eclosão da guerra serão devolvidos à Faixa de Gaza”, disse a assessoria de imprensa do governo na quinta.

O gabinete também disse que acabar com os fundos destinados à Faixa de Gaza, incluindo o financiamento da Autoridade Palestina – um órgão governamental separado com autonomia limitada na Cisjordânia – que iria para o território.

Ao longo dos últimos anos, Israel começou a emitir milhares de autorizações de trabalho para os habitantes de Gaza atravessarem para Israel como parte de uma estratégia de incentivo econômico que as autoridades israelenses esperavam que encorajasse os moradores do enclave a se distanciarem do Hamas.

Os palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia disseram à CNN no mês passado que obter uma autorização de trabalho para Israel os permitiu se tornarem chefes de família.

Muitos são os únicos membros das suas famílias com um emprego, e os salários que ganham em Israel são muitas vezes mais elevados do que qualquer coisa que conseguiriam obter onde moram.

Após os ataques terroristas do Hamas em solo israelense, que mataram 1.400 pessoas, a maioria delas civis, as Forças de Defesa de Israel (IDF) fecharam todo o acesso ao enclave e muitos habitantes de Gaza que trabalhavam em Israel ficaram presos.

“Sempre quis esta licença porque a situação em Gaza é muito grave. A situação financeira, a dívida… a economia é zero. Não há oportunidades de trabalho”, disse Ismail Abd Almagid à CNN no mês passado, acrescentando que estava desempregado até obter a autorização.

Os níveis de desemprego lá estão entre os mais elevados do mundo, com quase metade da população sem trabalho, de acordo com dados de 2022 da ONU. Mais de 80% da população vive na pobreza.

“Durante pelo menos a última década e meia, a situação socioeconômica em Gaza tem estado em declínio constante”, disse a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), em agosto.



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