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porto velho, quinta-feira 13 de fevereiro de 2025
MUNDO: Desde o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro, o Catar tem sido atacado por autoridades israelenses, políticos americanos e meios de comunicação por enviar centenas de milhões de dólares em ajuda a Gaza, que é governada pelo grupo radical.
Mas tudo isso aconteceu com a bênção de Israel.
Em uma série de entrevistas com importantes atores israelenses conduzidas em colaboração com a organização israelense de jornalismo investigativo Shomrim, a CNN foi informada que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu continuou o fluxo de dinheiro para o Hamas, apesar das preocupações levantadas dentro do seu próprio governo.
O Catar prometeu não interromper esses pagamentos. O ministro de Estado das Relações Exteriores do país, Mohammed bin Abdulaziz Al-Khulaifi, disse à CNN na segunda-feira (11) que seu governo continuará a fazer pagamentos a Gaza para apoiar a região, como vem fazendo há anos.
“Não vamos mudar nossa diretiva. O nosso mandato é a nossa ajuda e apoio contínuos aos nossos irmãos e irmãs palestinos. Continuaremos a fazê-lo sistematicamente como fizemos antes”, disse Al-Khulaifi.
Fontes israelenses responderam salientando que sucessivos governos facilitaram a transferência de dinheiro para Gaza por razões humanitárias e que Netanyahu agiu de forma decisiva contra o Hamas após os ataques de 7 de outubro.
Veja o que sabemos sobre esse envio de dinheiro e o papel de Israel na sua facilitação.
Em 2018, o Catar começou a fazer pagamentos mensais à Faixa de Gaza. Cerca de US$ 15 milhões foram enviados para Gaza em malas cheias de dinheiro – entregues pelos catarianos através do território israelense após meses de negociação com Israel.
Os pagamentos começaram depois que a Autoridade Palestina, o governo palestino na Cisjordânia, decidiu cortar salários dos funcionários do governo em Gaza em 2017, uma fonte do governo israelense com conhecimento do assunto disse à CNN na época.
A Autoridade Palestina se opôs ao financiamento do Catar na época, que o Hamas disse que o pagamento era destinado a salários públicos, bem como a fins médicos.
Israel aprovou o acordo em uma reunião do gabinete de segurança em agosto de 2018, quando Netanyahu cumpria o seu mandato anterior como primeiro-ministro. Mesmo assim, Netanyahu foi criticado pelos seus parceiros de coligação.