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    porto velho, domingo 10 de agosto de 2025

Pressão europeia cresce e aliados históricos cortam apoio militar a Israel em Gaza

Aliados históricos do país pressionam pelo fim da guerra em Gaza com a suspensão de venda de armamentos e reconhecimento do Estado da Palestina


CNN

Publicada em: 09/08/2025 11:22:10 - Atualizado

MUNDO: As imagens de palestinos desesperados por comida aumentaram a pressão pelo fim da guerra em Gaza. Aliados históricos de Israel na Europa agora pretendem reconhecer o Estado da Palestina e suspender as vendas de armas para tropas israelenses.

O primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, anunciou nesta sexta-feira (8) que o país vai vetar exportações de equipamentos militares que possam ser usados na Faixa de Gaza.

A Alemanha responde por 33% das armas fornecidas para Israel, segundo levantamento mais recente do SIPRI (sigla em inglês para Instituto Internacional de Pesquisa para Paz de Estocolmo). O país fica atrás apenas dos Estados Unidos, com 66%.

Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou a Alemanha de “recompensar o terrorismo do Hamas com o embargo de armas a Israel".

Para Muhammad Shehada, analista político de Gaza e pesquisador do programa do Conselho Europeu de Relações Exteriores para o Oriente Médio, a mudança de posicionamento na Europa é sem precedentes mesmo que, em grande medida, simbólica.

“Israel tornou impossível que os aliados europeus continuem defendendo o país, com líderes israelenses dizendo que não permitirão a entrada de comida ou água em Gaza ou que destruirão todos os edifícios restantes”, afirma Muhammad Shehada.

“Quase dois anos depois [do 7 de outubro] isso não pode mais ser justificado como desabafo emocional. São ordens claras do governo para cometer crimes de guerra”, acrescenta Shehada.

Ele destaca que as acusações de crimes de guerra e limpeza étnica foram reforçadas por lideranças políticas israelenses, como o ex-premiê israelense Ehud Olmert e o ex-ministro da Defesa Moshe Ya'alon.

Merz suspendeu as exportações de armas até segunda ordem em resposta ao plano israelense de assumir o controle total da Faixa de Gaza.

O chanceler alemão afirmou que Israel tem o direito de desarmar o Hamas e buscar a liberação dos reféns, mas que é “difícil ver como esses objetivos podem ser alcançados" com a expansão da ofensiva.


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