MUNDO: Autoridades ucranianas disseram nesta segunda-feira (1°) que suspeitam do envolvimento da Rússia no assassinato do ex-presidente do Parlamento Andriy Parubiy, após a detenção de um suspeito.

O chefe da polícia nacional, Ivan Vyhivskyi, afirmou que o atirador se disfarçou de mensageiro e disparou oito vezes no ataque de sábado (30) na cidade de Lviv, no oeste do país.

"Ele passou muito tempo se preparando, observando, planejando e finalmente puxando o gatilho. Há envolvimento russo", publicou ele no Facebook, sem apresentar provas.

A Rússia, que está em guerra com a Ucrânia desde o início de 2022, não se pronunciou, e não houve reivindicação de responsabilidade pelo assassinato de Parubiy, de 54 anos. Ele foi uma figura de destaque nos protestos que ajudaram a depor um presidente pró-Rússia em 2014.

Vadym Onyshchenko, chefe regional do serviço de inteligência do SBU, falou que o caso parecia um assassinato por encomenda.

"Temos informações que indicam o possível envolvimento dos serviços de segurança da Federação Russa na organização do assassinato", afirmou ele em um comunicado publicado pelo SBU.

Andriy Parubiy foi presidente do Parlamento de 2016 a 2019, após ajudar a liderar os protestos de 2013 a 2014 que levaram à saída do então presidente ucraniano, o pró-Rússia Viktor Yanukovich.

Parubiy também foi secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia de fevereiro a agosto de 2014, período em que a Rússia tomou a Crimeia e separatistas apoiados pela Rússia começaram a lutar contra as forças do governo no leste da Ucrânia.

Os dois países se acusaram mutuamente de tentativas ou assassinatos bem-sucedidos durante a guerra, incluindo os de um general russo sênior em Moscou e de um coronel da inteligência ucraniana em Kiev.

O suspeito foi detido durante a noite na região de Khmelnytskyi, informou o Ministro do Interior, Ihor Klymenko.

"O crime foi cuidadosamente planejado: os movimentos da vítima foram estudados, uma rota foi mapeada e um plano de fuga foi elaborado", disse ele no Telegram.

O suspeito é um morador de Lviv de 52 anos, segundo a Procuradoria-Geral da República.

A polícia publicou duas fotos mostrando policiais das forças especiais segurando um homem sem camisa e algemado.