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porto velho, domingo 22 de dezembro de 2024
MUNDO- A União Europeia (UE) e o Reino Unido não conseguiram nesta segunda-feira (4) alcançar um acordo sobre a conclusão da primeira fase das negociações do "Brexit", apesar de terem chegado a um "entendimento comum" na maioria dos assuntos e dizerem que estão "confiantes" de que chegarão a um acerto até o fim desta semana.
"Tivemos uma reunião franca e construtiva... Ela é uma negociadora dura, não uma fácil. Ela está defendendo o ponto de vista do Reino Unido com toda a energia que sabemos que ela tem", disse em entrevista coletiva o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, após um lanche de trabalho com a primeira-ministra britânica, Theresa May.
"Apesar de nossos melhores esforços e do significativo progresso alcançado nas últimas semanas, não foi possível chegar a um acordo completo hoje", acrescentando que a falta de um acordo "não é um fracasso".
May disse estar confiante de conseguir um acordo para avançar para a segunda fase das negociações, apesar de não ter conseguido chegar a um entendimento nesta segunda.
"Como o presidente Juncker disse, tivemos uma reunião construtiva hoje. Os dois lados têm trabalhado duro e de boa fé, temos negociado duramente", disse a premiê. "Voltaremos a nos reunir no final da semana e também estou confiante que concluiremos isso de forma positiva."
De acordo com a agência Efe, a negociação sobre a fatura a ser paga pela separação parece encaminhada, mas o futuro dos cidadãos europeus após o Brexit e a questão da fronteira irlandesa, considerada atualmente a discussão mais complexa, ainda estão pendentes.
"Avanços suficientes" nesses assuntos são a condição para que se inicie a segunda fase de negociações, que inclua a futura relação de UE e Londres, especialmente no setor comercial.
O Reino Unido tem pressa de chegar a esta segunda fase, que é fundamental para o país, mas os europeus exigem antes compromissos definitivos sobre a ruptura.
Com o acordo acerca da fatura, a questão irlandesa tornou-se o problema mais complexo: Dublin pediu para Londres fazer de tudo para evitar a volta de uma fronteira física com a província britânica da Irlanda do Norte.
O reaparecimento das fronteiras enfraqueceria essas duas economias, altamente dependentes, e prejudicaria, de acordo com Dublin, o acordo de paz de 1998, que deu fim a 30 anos de conflitos violentos. "Se a oferta britânica for inaceitável para a Irlanda, também será inaceitável para a UE", disse Tusk na sexta-feira, expressando seu apoio à Irlanda.