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porto velho, sábado 1 de fevereiro de 2025
MUNDO: Em entrevista coletiva na manhã desta quarta (8/6), a Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou que mais de mil casos de varíola dos macacos já foram reportados à entidade. Pelo menos29 países fora da África estão monitorados pacientes infectados, e nenhuma morte foi registrada até o momento.
“Os casos reportados são, em sua maioria, mas não somente, entre homens que fazem sexo com homens. Alguns países estão começando a reportar casos de aparente transmissão comunitária, incluindo casos em mulheres. Esse aparecimento repentino e inesperado da varíola dos macacos em vários países não-endêmicos sugere que, provavelmente, está acontecendo uma transmissão não-detectada há algum tempo”, alerta o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Ele explica que existe, sim, um risco de a doença se estabelecer em países fora da África, e que a OMS está preocupada com a contaminação de pessoas vulneráveis, como crianças e gestantes.
Ainda assim, a entidade reafirma que a varíola dos macacos pode ser controlada com identificação e isolamento de pacientes e contatos próximos. Nos próximos dias, a OMS deve publicar as diretrizes para tratamento clínico, prevenção, controle, vacinação e proteção das comunidades.
Ghebreyesus lamentou que a varíola dos macacos, uma doença que é endêmica do continente africano há décadas, que matou 66 pessoas somente neste ano, só tenha ganhado atenção ao chegar em países mais ricos. “É um triste reflexo do mundo que vivemos. As comunidades que vivem com a ameaça desse vírus todos os dias merecem o mesmo interesse, cuidado e acesso à ferramentas para se protegerem”, afirma.
O assistente do diretor-geral para respostas de emergência, Ibrahima Socé Fall, lembra que é imprescindível controlar a doença na fonte. “Só corremos quando chega em outros países. A intervenção mais importante que podemos fazer é em pesquisa”, diz.
A diretora de preparo e prevenção a pandemias e endemias da entidade, Sylvie Briand, explica que a entidade está trabalhando para saber exatamente quantas vacinas estão disponíveis no mundo, de qual geração são e se foram testadas recentemente para aferir a eficácia, já que estão guardadas há muitos anos.
“Estamos também verificando a capacidade de produção e de acesso em diferentes países do mundo. Não teremos vacinação em massa, e sim direcionada. Em termos de quantidade, não sabemos o número exato, mas temos o suficiente para lidar com esse surto”, afirma.