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    porto velho, quinta-feira 6 de fevereiro de 2025

Suposto balão espião pode abalar credibilidade da China, avaliam especialistas; país eleva tom

Governo chinês acusa governo dos EUA de lançar balões no seu espaço aéreo no ano passado


CNN

Publicada em: 15/02/2023 09:55:54 - Atualizado

MUNDO: Há duas semanas, um suposto balão de vigilância chinês entrou no espaço aéreo americano. A resposta da China mudou de conciliatória para indignada e, agora, à medida que as consequências continuam, para confronto direto.

Embora a postura cada vez mais linha-dura da China afete seu público doméstico, também serviu para expor as inconsistências e contradições inerentes às mensagens de Pequim – prejudicando gravemente sua credibilidade, dizem analistas.

Na segunda-feira (13), Pequim acusou Washington de operar “ilegalmente” balões de alta altitude sobre seu espaço aéreo mais de 10 vezes desde o ano passado, chamando os Estados Unidos de “o maior império de vigilância do mundo”.

A alegação – feita sem nenhum detalhe ou evidência – foi rapidamente negada pela Casa Branca, que a descreveu como “o exemplo mais recente da China lutando para controlar os danos”.

A acusação marca uma escalada notável na resposta chinesa e contrasta fortemente com sua tentativa inicial de gerenciamento de crise.

Pequim ofereceu uma rara expressão de “arrependimento” logo após a descoberta do balão, ressaltando que o dispositivo era um dirigível de pesquisa civil que se desviou do curso.

Mas as repercussões políticas e diplomáticas impediram que o incidente do balão chegasse ao fim tão rapidamente quanto Pequim esperava.

Quando ficou claro que a controvérsia continuaria a dominar as manchetes dos Estados Unidos e a atenção do público, a reação chinesa se transformou em ira.

Depois que os caças americanos derrubaram o balão, em 4 de fevereiro, o Ministério das Relações Exteriores da China acusou o país de “exagerar” e “violar seriamente a prática internacional”.

Na semana seguinte, quando as autoridades revelaram mais informações sobre o que chamam de balão espião e o vasto programa de vigilância por trás dele, a mídia estatal chinesa culpou os EUA por se envolver em “performance artística política” e “exaltar” a “ameaça chinesa”.

Agora, o governo asiático parece estar partindo para a ofensiva com sua contra-reivindicação sobre a intrusão de balões americanos.

Collin Koh, pesquisador da Escola S. Rajaratnam de Estudos Internacionais em Cingapura, descreveu as alegações como “uma espécie de olho por olho de superioridade contra as acusações de Washington”.

“Parece mais que Pequim está tentando se retratar também como uma vítima da vigilância dos EUA, em vez de ser pintado na semana passada como um agressor”, avaliou.


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