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porto velho, sexta-feira 29 de novembro de 2024
Pegar um quilo de ouro na mão, não consegue traduzir o que esse simples gesto representa para uma pessoa; para uma comunidade; um Estado e para o país. Tirar a riqueza da natureza, por meios corretos, seguindo todas as regras e ajudar a fazer girar a economia, com o árduo trabalho da garimpagem, é um sentimento amplo, para poucos, mas que retrata o quanto em Rondônia, por exemplo, a extração de ouro representa.
Embora as decisões ambientais sejam comandados pelas ONGs internacionais, aqueles que são as verdadeiras donas da Amazônia, há um grupo de garimpeiros inalcançáveis dos tentáculos delas, que, todos suspeitam, estão por trás dos ataques brutais conta simples trabalhadores na parte do rio Madeira, abaixo das usinas. Já os associados da Cooperativa dos Garimpeiros do Rio Madeira (Coogarima), que têm autorização de lavra a partir da usina de Santo Antônio, passando por Jirau e até os Periquitos.
Esse grupo de dragas movimenta números impressionantes, tanto em termos de custos quanto ao consumo de insumos e, ainda, tem forte influência na economia de toda a região, porque proporciona ganhos, entre os trabalhadores diretos e seus fornecedores, a mais de 3.500 pessoas. Um dado que poucos imaginam: só estas 88 dragas gastam, por dia, cada uma, em torno de mil litros de óleo diesel.
A um custo médio de 6,20 por litro, são 6 mil e 200 reais de custos diários por draga; 545.600 a cada 24 horas. Isso representa, num mês, mais de 16 milhões de reais. Como o cálculo do ICMS é feito pelo valor do litro, hoje em 0,94 centavos, pode-se dizer que apenas de ICMS, o Estado de Rondônia recebe, computando-se unicamente os associados da Coogarima, nada menos do que algo torno de 19 milhões de reais. Repita-se: só no ICMS do diesel.
Computando-se toda a cadeia de consumo que envolve a garimpagem deste grupo cooperado (motores, peças, voadeiras, alimentação para em torno de mil cooperados que trabalham diretamente, no garimpo, entre dezenas de outros bens de consumo), não será exagero que, na ponta do lápis, a arrecadação final pode até duplicar em relação aos 19 milhões do ICMS do diesel.
O mundo do ouro é complexo. Não é para amadores. E consegue resultados altamente positivos, envolvendo vários aspectos da nossa vida. Há enormes dificuldades, mas os números positivos merecem destaque. A cada quilo de ouro, com preço médio de 300 mil reais o quilo, só em tributos federais são pagos algo em torno de 15 mil reais, afora taxas e outros tributos, incluindo os estaduais e o Imposto de Renda.
Aos valores de hoje, a exploração legalizada do ouro no Madeira, pode representar um faturamento de algo em torno de 343 milhões de reais por ano. No ano passado, foram retirados, no garimpo autorizado, nada menos do que 1.140 quilos, bem mais que uma tonelada. Dá para entender, enfim, porque as ONGs internacionais e seus parceiros aqui dentro do nosso país, seus prepostos, estão tão desesperados em não permitir que nós mesmos usufruamos das riquezas que são apenas nossas?